Arthur do Val (União Brasil), deputado estadual de São Paulo, pediu neste sábado (09) que a militância o acompanhe até a Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) na próxima terça-feira (12), data que será analisado o pedido de cassação de seu mandato.
No Youtube, o deputado disse que a situação é “emergencial”. “O que eu estou pedindo aqui é o seguinte: eu não quero que ninguém ‘passe pano’ para mim e para o meu erro”, começou o deputado, que teve um áudio vazado em que ele aparece dizendo que “as mulheres ucranianas”, que vivem em um país em guerra, “são fáceis porque são pobres”.
“Se você também acha que isso claramente não é pelo mérito da questão, mas por quem eu sou, eu vou pedir para você: você pode me acompanhar à Assembleia terça-feira? Eu vou lá, eu quero estar lá, olhando nos olhos de todo mundo, e mostrando o que está acontecendo”, completou.
Em outro momento, além de novamente pedir desculpas pelos áudios referentes às mulheres da Ucrânia, o deputado também pediu desculpas por estar “sumido” das redes. De acordo com ele, esse sumiço acontece por conta de um período “muito turbulento” em sua vida.
“É realmente uma emergência. Terça-feira agora, dia 12, vai ser votada a minha cassação e a minha inelegibilidade. Isso significa que eu não vou mais poder disputar eleição pelo menos até 2032”, afirmou o deputado, que ainda criticou o fato de que “nem a Dilma” passou por isso em seu Impeachment – a ex-presidente não perdeu seus direitos políticos.
“Faz mais de 20 anos que um deputado foi cassado na Assembleia. Esse deputado que foi cassado, ele foi pego também em uma gravação, onde ele negociou propina em uma obra ferroviária. Essa é a discrepância do que a gente está discutindo aqui”, argumentou.
Pedido de cassação do deputado
Assim como publicou o Brasil123, o pedido para que o mandato de Arthur do Val fosse cassado foi feito na quinta-feira (07) pelo deputado estadual Delegado Olim (PP-SP) ao Conselho de Ética da Alesp. Em seu parecer, o relator rebateu alegações da defesa de Arthur do Val e disse que ele é “reincidente em faltas disciplinares”.
Relembre o caso do deputado
Arthur do Val, deputado estadual de São Paulo, teve seus áudios vazados no começo de março, quando além de dizer que as mulheres da Ucrânia “são fáceis porque são pobres”, também afirmou que na fila de refugiadas havia mais mulheres bonitas do que em baladas de São Paulo. Ao chegar no Brasil, ele, que passou 13 dias na Europa sob a justificativa de estar em uma ação humanitária, disse que suas declarações foram “retiradas de contexto”.