O Ministério Público Federal está investigando o deputado federal Bibo Nunes (PL) que, no meio da semana, afirmou que estudantes de Pelotas e de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, mereciam ser “queimados vivos”, como no filme Tropa de Elite.
De acordo com informações reveladas pelo portal “UOL” neste domingo (23), a apuração será conduzida pela Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão no Rio Grande do Sul e pela Procuradoria da República de Santa Maria, cidade onde aconteceu a tragédia da Boate Kiss, que vitimou 242 pessoas em 2013.
Segundo o portal, Bibo Nunes tem dez dias para prestar informações sobre suas declarações, que ocorreram durante uma transmissão feita depois de um protesto realizado por estudantes da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) contra cortes feitos pelo governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) no orçamento das instituições de ensino superior.
“É o filme ‘Tropa de Elite’. Sabe o quê que aconteceu lá? Olha o filme um. Pegaram aqueles coitadinhos, riquinhos ajudando pobres, se deram mal, queimados vivos dentro de pneus. É isso que estes estudantes alienados filhos de papai que tem grana merecem”, afirmou o parlamentar.
No sábado (22), em entrevista ao jornal “O Estado de São Paulo”, o deputado disse que pode ter se excedido no uso da força de expressão. Nesse sentido, ele afirmou que somente um “maluco falaria isso”. Não suficiente, ele alegou que sua fala foi “apenas” um alerta aos jovens que têm contato com traficantes.
A investigação contra o deputado foi aberta por conta de uma representação feita pelo também parlamentar Valdecir Oliveira, que é presidente da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul. No pedido, solicita-se que Bibo Nunes seja condenado “ao pagamento de dano moral coletivo infligido contra o conjunto de estudantes da UFSM; contra a população do município de Santa Maria que, por meio de sua fala, foi obrigada a revisitar as dores da tragédia de 2013” com a boate Kiss.
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