A Polícia Federal e o Ministério Público Estadual do Rio de Janeiro estão investigando a deputada estadual Lucia Helena de Amaral Pinto, conhecida como Lucinha, por sua suposta participação e articulação política em benefício de uma milícia que atua na zona oeste do Rio de Janeiro.
A ação ocorreu na manhã desta segunda-feira (18), com o cumprimento de oito mandados de busca e apreensão em diferentes endereços, incluindo o gabinete da parlamentar na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (ALERJ).
Investigação da participação de Lucinha e sua assessora na organização criminosa
Cerca de 40 policiais federais foram destacados para a operação, que é um desdobramento da operação Dinastia, deflagrada em agosto de 2022, com o objetivo de desarticular uma organização criminosa formada por milicianos da zona oeste do Rio de Janeiro. As investigações apontam para a participação ativa de Lucinha e de sua assessora na organização criminosa, especialmente na articulação política junto aos órgãos públicos para atender aos interesses do grupo miliciano.
De acordo com a Polícia Federal, a deputada era chamada de “madrinha” pela liderança dos criminosos, evidenciando sua suposta influência e envolvimento com a milícia. A Justiça determinou não apenas os mandados de busca e apreensão, mas também o afastamento imediato de Lucinha das funções legislativas, a proibição de manter contatos com determinados agentes públicos e políticos, bem como a proibição de frequentar a casa legislativa.
Atuação da milícia e crimes investigados
A organização criminosa em questão é investigada por diversos crimes, incluindo tráfico de armas de fogo e munições, homicídios, extorsão e corrupção. A atuação da milícia na zona oeste do Rio de Janeiro tem gerado grande preocupação, pois além de exercer controle sobre territórios, também pratica diversos crimes para manter seu poder e influência.
As milícias são grupos paramilitares compostos por ex-policiais, bombeiros e outros agentes de segurança, que exploram comunidades e áreas periféricas, impondo um regime de terror e violência. Além de controlar atividades ilegais, como o tráfico de drogas e armas, as milícias também cobram taxas de moradores e comerciantes, exercendo uma espécie de “poder paralelo”.
Consequências legais e políticas
Com a operação em curso, as consequências legais e políticas para a deputada Lucinha ainda estão por ser definidas. O afastamento imediato das funções legislativas e as demais medidas determinadas pela Justiça demonstram a seriedade das acusações e a necessidade de investigação aprofundada.
A participação política de uma parlamentar em uma organização criminosa é um fato grave, que abala a confiança da população nas instituições e coloca em xeque a integridade do sistema político. Caso as acusações sejam comprovadas, será necessário que a justiça seja feita e que a deputada seja responsabilizada pelos seus atos.