Deputada federal eleita pelo Amapá no último domingo (02), Silvia Waiãpi (PL) está sendo acusada de ter usado dinheiro vindo do fundo eleitoral para custear um procedimento de harmonização fácil. Nesta sexta feita (07), o Ministério Público Eleitoral (MPE) pediu a condenação da parlamentar após uma representação da Procuradoria Regional Eleitoral do Amapá, que teve como base o depoimento de Maite Luzia Mastop, que trabalhou para Silvia Waiãpi como coordenadora de sua campanha.
No pedido do MPE, consta a solicitação para que a Justiça quebre o sigilo bancário tanto de Silvia Waiãpi quanto de Maite Luzia, que relatou em sua denúncia que a ex-chefe repassou parte dos recursos que recebeu do fundo eleitoral para a sua conta e pediu para que ela usasse a quantia para pagar uma clínica pela harmonização facial que estava fazendo.
Ainda de acordo com a ex-coordenadora da campanha da deputada, a parlamentar pediu para que Maite Luzia a encontrasse na clínica onde já estaria fazendo o procedimento, sendo que, na ocasião, a denunciante afirma ter transferido o dinheiro do fundo eleitora para pagar o procedimento, que supostamente custou nove mil.
“Para minha surpresa quando eu cheguei lá no médico, ela já tinha feito parte do procedimento. Ainda ia continuar o procedimento estético de harmonização facial e ela só falou assim: ‘Olha, já paga logo aí pra ele’. Eu olhei sério para ela”, começa Maite Luzia na denúncia.
“Eu acabei de colocar mais dinheiro na tua conta”, teria dito a parlamentar para sua ex-colaboradora. “Ela pegou e falou para mim: ‘Já paga logo aí porque eu não tenho dinheiro, eu só vou receber no dia 5’. E eu olhei para ela e disse: ‘Silvia, tu tem certeza? Tu tem certeza?’. Porque ela entendeu que eu estava falando a respeito da questão do Fundo Partidário. Ela pegou e falou assim ‘Não tem como te pagar, só recebo dia 5, então paga, depois a gente se resolve'”, disse Maite ao Luzia.
Em depoimento, a denunciante apresentou ao MPE os comprovantes de transferência de sua conta para a conta da clínica estética. Além dela, quem também participou de uma oitiva foi Willian Rafael Oliveira, o profissional que realizou o procedimento – ele confirmou o pagamento.
De acordo com a Justiça Eleitoral, Silvia Waiãpi, que não se pronunciou sobre o caso, recebeu R$ 126 mil do Diretório Nacional do PL, sendo R$ 100 mil do fundo eleitoral e R$ 26 mil do fundo partidário. Segundo as prestações de contas apresentada à Justiça Eleitoral, a parlamentar ainda recebeu mais de R$ 39 mil pelos seus serviços à campanha.
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