Em abril deste ano, o vice-presidente da República, Hamilton Mourão (Republicanos), afirmou que Caio Paes de Andrade, cotado na época para ser o comandante da Petrobras, não tinha experiência no setor de óleo e gás. Já nesta terça-feira (24), após o nome dele ter voltado à tona, o vice-chefe do Executivo mudou o tom e disse que o indicado pelo governo “é um cara competente”.
Petrobrás: política de preços vai mudar? Veja como isso afeta você
Assim como publicou o Brasil123, o Ministério de Minas e Energia anunciou a demissão de José Mauro Ferreira Coelho e a escolha de Andrade, que hoje é auxiliar de Paulo Guedes, ministro da Economia, tudo isso na noite de segunda-feira (23).
Em abril, Mourão disse que conhecia o indicado, mas ressaltou que a falta de conhecimento no setor que a Petrobras está inserida faria falta ao executivo. “Eu julgo que sim. É a mesma coisa que você botar um advogado para comandar o Exército. Então, vai dar problema”. Já nesta terça, ele não citou a palavra experiência, dizendo que o indicado é “um cara competente” e pegará uma “situação que não é fácil”.
“O que eu vejo no Caio é que ele é um cara competente. O Caio é um cara foi muito bem-sucedido na iniciativa privada, veio para o governo […] ficou com essa questão da parte de digitalização, é uma das coisas que nós avançamos muito, hoje temos quase quatro mil operações digitalizadas no governo. O Caio tem competência, vai pegar uma situação que não é fácil”, disse Mourão.
Agora, a indicação precisa passar pelo crivo do Conselho de Administração da estatal. Como o governo é o acionista majoritário da empresa, o indicado deve mesmo ser confirmado como o novo presidente da Petrobras. Caio Paes de Andrade será o quarto presidente na gestão do presidente Jair Bolsonaro (PL).
Antes dele, passaram pela estatal Roberto Castello Branco, Joaquim Silva e Luna e José Mauro Ferreira, que ficou somente cerca de 40 dias no cargo. De acordo com as informações, a nova mudança acontece por conta das seguidas altas no preço dos combustíveis. Isso porque Bolsonaro cobrou de todos os demitidos que os preços fossem contidos, mas nada foi feito.
Esses aumentos em sequência acontecem porque, desde 2016, o preço dos combustíveis variam de acordo com a cotação do barril de petróleo no mercado internacional e das oscilações do dólar. Nas últimas semanas, Bolsonaro tem criticado abertamente a Petrobras na tentativa de frear os reajustes. Isso porque o chefe do Executivo sabe que uma continuidade nos aumentos pode impactar diretamente na sua tentativa de se reeleger neste ano.
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