Marcado para acontecer nesta segunda-feira (23), o depoimento do ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal e ex-ministro da Justiça Anderson Torres à Polícia Federal (PF) foi adiado. Essa seria a segunda oitiva da PF. Na primeira, realizada na semana passada, o ex-ministro da Justiça do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ficou em silêncio. Na ocasião, durante o depoimento, realizado no 4º Batalhão da Polícia Militar do Distrito Federal, Anderson Torres disse que não tinha declarações a dar aos investigadores.
O novo depoimento foi marcado por conta de um pedido da defesa do ex-ministro. No entanto, até o momento, Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), responsável pela investigação, não autorizou a nova oitiva e, por isso, será necessário marcar uma nova data para Anderson Torres ser ouvido pelos investigadores da corporação.
Assim como publicou o Brasil123, Anderson Torres foi preso no último dia 14 ao chegar dos Estados Unidos, onde passava férias. A prisão, ordenada por Alexandre de Moraes foi cumprida por agentes da Polícia Federal que esperavam o ex-ministro no Aeroporto de Brasília – após ter sido detido, ele foi encaminhado para o 4º Batalhão da Polícia Militar do Distrito Federal, no Guará, em Brasília.
Essa prisão aconteceu porque, na visão de Alexandre de Moraes, Anderson Torres foi conivente com apoiadores do ex-presidente Bolsonaro que invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes (STF, Congresso Nacional e Palácio do Planalto) no dia 08 deste mês. Anderson Torres, no dia dos acontecimentos, era o secretário de Segurança do Distrito Federal – ele acabou sendo exonerado na tarde daquele dia pelo governador afastado do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB).
O ex-ministro de Bolsonaro também está envolvido em outra polêmica, a da minuta, um documento que foi encontrado em sua casa e previa a decretação de um estado de defesa na sede do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), com o objetivo reverter o resultado da eleição em que Bolsonaro foi derrotado pelo atual chefe do Executivo Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
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