Foi realizada nesta quarta-feira (01), no plenário do Supremo Tribunal Federal (STF), a sessão que marcou a abertura do ano judiciário. Durante o evento, Rosa Weber, a presidente da corte, repudiou a invasão criminosa ocorrida no dia 08 de janeiro nas sedes dos Três Poderes – STF, Palácio do Planalto e no Congresso Nacional. Segundo a ministra, apesar dos acontecimentos, “no solo sagrado” do Supremo, o regime democrático permanece inabalado.
De acordo com Rosa Weber, a invasão foi realizada por uma “turba insana movida pelo ódio e pela irracionalidade”. Nesse sentido, ela afirmou que aqueles que “praticaram, insuflaram e financiaram tais atos serão responsabilizados com o rigor da lei”. Para ela, as sedes dos três pilares da democracia brasileira foram alvo de um “ataque golpista e ignóbil” dirigido “com maior virulência” contra o STF.
Na visão da ministra, o STF foi o alvo principal porque tem feito “prevalecer em sua atuação jurisdicional a autoridade da Constituição, se contrapondo a toda sorte de pretensões autocráticas”. “A democracia é uma conquista diária e permanente, que se aperfeiçoa por meio da evolução do Estado Democrático de Direito”, disse ela, acrescentando ainda que “o Poder Judiciário está consciente da grande responsabilidade e dos desafios que aguarda”.
Por fim, Rosa Weber ainda disse que os “vândalos” destruíram bens tombados pelo patrimônio histórico, mobiliário, tapetes e obras de arte “não destruíram o espírito da democracia”. “O sentimento de respeito pela ordem democrática continua e continuará a iluminar as mentes e os corações dos juízes da Corte Suprema, que não hesitarão em fazer prevalecer sempre os fundamentos éticos e políticos que informam e dão sustentação ao Estado Democrático de Direito”, disse ela.
Assim como publicou o Brasil123, quem também discursou na ocasião foi o presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que afirmou que o Judiciário tem papel “decisivo” na defesa da sociedade brasileira contra o arbítrio. “É nosso dever registrar o papel decisivo do STF e do TSE na defesa da sociedade brasileira contra o arbítrio. Daqui dessa sala, contra a qual se voltou o mais concentrado ódio dos agressores, partiram decisões corajosas e absolutamente necessárias para enfrentar e deter o retrocesso, o negacionismo e a violência política”, disse Lula na ocasião.
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