A busca por financiamento no Brasil teve um forte crescimento em fevereiro deste ano. A saber, a demanda por crédito pessoal avançou 11,5%, em média, no mês, quando comparada ao mesmo período de 2021. Pelo menos é o que mostra o Indicador de Demanda do Consumidor por Crédito da Serasa Experian.
O Brasil vem sofrendo com uma inflação bastante elevada desde o ano passado. Em suma, a pandemia da Covid-19 impulsionou fortemente a taxa inflacionária global, e a população brasileira não escapou deste cenário. Contudo, apesar dos altos níveis, a expectativa é que a inflação no Brasil fique bem mais tímida neste ano do que em 2021.
O principal motivo para a desaceleração da inflação neste ano é o aumento dos juros no país. A propósito, o Banco Central (BC) elevou o juro básico da economia no mês passado pela 9ª vez consecutiva. A taxa, que havia iniciado 2021 em 2% ao ano, está hoje a 11,75% ao ano, maior patamar desde abril de 2017.
Em resumo, a taxa Selic é o principal instrumento do BC para segurar a inflação no país. Por isso que a entidade financeira vem promovendo apertos monetários no país. Estas elevações dos juros reduzem o poder de compra do consumidor, pois encarecem o juro. Aliás, o crescimento da demanda por crédito pessoal deverá desacelerar nos próximos meses.
“O crédito é um forte aliado para aqueles que possuem as menores faixas de renda e precisam manter o seu nível de consumo. Contudo, a alta da inflação e a expansão da taxa Selic devem ocasionar desaceleração na busca pelo recurso, uma vez que ele deixou de ser impulsionado pelas linhas de crédito de aquisição de bens e serviços”, disse o economista da Serasa Experian, Luiz Rabi.
Consumidores de renda mais baixa impulsionam demanda
Segundo o levantamento, consumidores que possuem renda mensal de até R$ 500 foram os principais responsáveis pelo alto resultado em fevereiro. Em síntese, a demanda por crédito pessoal cresceu 14,2% nessa faixa de renda. Já o aumento da busca entre os consumidores que recebem de R$ 500 a R$ 1 mil foi de 12,3% no mês.
Os consumidores das demais faixas de renda tiveram uma busca média por crédito abaixo da demanda nacional.
Entre as regiões do país, a demanda por crédito disparou no Norte (+22,3%) e no Centro-Oeste (+21,4%). Assim, as menores taxas foram registradas no Sul (+13,7%), Sudeste (+10,7%) e Nordeste (+4,6%).
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