A busca por financiamento no Brasil teve um forte recuo em novembro deste ano. A saber, a demanda por crédito pessoal despencou 16,7% no mês passado, em média, na comparação com o mesmo período de 2021. Essa foi a maior baixa do ano.
Em resumo, os dados fazem parte do Indicador de Demanda do Consumidor por Crédito da Serasa Experian. De acordo com a entidade, a queda mensal foi a sexta consecutiva, indicando que os consumidores estão buscando cada vez menos crédito no país.
Na verdade, o Brasil tem os juros reais mais elevados do mundo. Neste mês, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) manteve pela terceira vez consecutiva a taxa básica de juro da economia brasileira estável, em 13,75% ao ano.
Embora tenha ficado estável, a taxa Selic está no maior patamar desde novembro de 2016, visto que a estabilidade só chegou após 12 altas consecutivas dos juros no país. A propósito, este foi o maior ciclo de crescimento dos juros no país em 23 anos.
Em suma, a Selic é o principal instrumento do BC para segurar a inflação no Brasil. A saber, quando a taxa básica de juro da economia sobe, puxa consigo as demais taxas de juros, como a bancária e a imobiliária. E tudo isso reduz a demanda por crédito, pois ele fica bem mais caro no país.
Votação da PEC da Transição começa na próxima terça-feira, diz Lira
Demanda despenca entre consumidores de renda até R$ 1 mil
Segundo o levantamento da Serasa, a demanda entre os consumidores que possuem renda mensal de R$ 500 a R$ 1 mil foi a que mais caiu em novembro. Essas pessoas estão sentindo o peso dos juros elevados, bem como da inflação, que começou a cair apenas nos últimos meses. E a queda em novembro foi de 17,8%.
“As pessoas devem continuar cautelosas com a tomada de crédito para gastos não essenciais”, alertou Luiz Rabi, economista da Serasa Experian.
Por fim, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) revelou que a inadimplência entre os mais pobres bateu recorde em novembro. Segundo economistas, a inadimplência deverá ser um grande fator limitante para o crescimento econômico do país em 2023.
Leia também: Economia brasileira cresce 0,1% em outubro, diz Monitor do PIB-FGV