A busca por financiamento no Brasil teve um forte recuo em setembro deste ano. A saber, a demanda por crédito pessoal tombou 12,2% no mês passado, em média, na comparação com o mesmo período de 2021.
Em resumo, os dados fazem parte do Indicador de Demanda do Consumidor por Crédito da Serasa Experian. De acordo com a entidade, a queda mensal foi a quarta consecutiva, indicando que os consumidores estão buscando cada vez menos crédito no país.
Na verdade, o Brasil tem os juros reais mais elevados do mundo. No mês passado, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) manteve a taxa básica de juro da economia brasileira estável, em 13,75% ao ano.
Embora tenha ficado estável, a taxa Selic está no maior patamar desde novembro de 2016, visto que a estabilidade só chegou após 12 altas consecutivas dos juros no país.
A Selic é o principal instrumento do BC para segurar a inflação no Brasil. Em síntese, quando a taxa básica de juro da economia sobe, puxa consigo as demais taxas de juros, como a bancária e a imobiliária. E tudo isso reduz a demanda por crédito, pois ele fica bem mais caro no país.
Auxílio Brasil: Nordeste concentra 46% dos mais de R$ 12 bilhões investidos
Demanda é menor entre consumidores de renda até R$ 1 mil
Segundo o levantamento da Serasa, os consumidores que possuem renda mensal de R$ 500 a R$ 1 mil foram os que menos buscaram crédito no país em setembro. Essas pessoas estão sentindo o peso dos juros elevados, bem como da inflação, que começou a cair apenas nos últimos meses.
Segundo o levantamento, a demanda por crédito pessoal caiu em todas as regiões brasileiras no mês passado. Os resultados mais intensos foram registrados no Sudeste (-13,9%), no Sul (-12,2%) e no Nordeste (-12%).
Leia também: OCDE: Brasil tem 2º MENOR salário mínimo entre 31 países