A busca por financiamento no Brasil teve um crescimento expressivo nos primeiro semestre deste ano. A saber, a demanda por crédito disparou 26,2% entre janeiro e junho de 2021, quando comparada ao mesmo período de 2020. Pelo menos é o que indica o levantamento realizado pela Serasa Experian.
Vale destacar que este é o maior nível para o semestre desde o início da série história em 2008. Aliás, a demanda por crédito tombou 8,1% no ano passado. Em 2020, o mundo havia começado a enfrentar a pandemia da Covid-19, que segue afetando o planeta até os dias atuais.
De acordo com projeções de analistas, a demanda por crédito deve continuar forte no segundo trimestre do ano. No entanto, não deve ter o mesmo ímpeto que o observado no primeiro trimestre. Em resumo, a inadimplência deve figurar como o principal obstáculo para um resultado mais expressivo.
Aumento da confiança e auxílio emergencial impulsionam demanda
Os principais fatores que impulsionaram a demanda por crédito no trimestre foram o aumento da confiança do consumidor e a retomada do auxílio emergencial. Como a vacinação segue em ritmo forte, muita gente se sentiu segura para buscar crédito, uma vez que a economia do país segue se fortalecendo.
Segundo o levantamento, consumidores que possuíam renda mensal de até R$ 500 foram os principais responsáveis pelo alto resultado no período. Em suma, a demanda por crédito disparou 34,3% nessa faixa de renda. Já a alta da busca entre os consumidores que recebem de R$ 500 a R$ 1 mil foi de 24,3% no trimestre.
Contudo, o Brasil enfrenta altas taxas de inflação. A saber, em junho, a variação atingiu o maior valor dos últimos 17 anos para o mês. E, para segurar o avanço da inflação, o Banco Central entra em cena, elevando a taxa básica de juros do Brasil, a Selic.
Em síntese, a elevação da Taxa Selic desaquece a economia, uma vez que esse movimento também puxa consigo os juros praticados no país, em geral. Com isso, a oferta de crédito fica limitada, pois a população precisará pagar juros mais altos pelos créditos adquiridos.
Por fim, a alta taxa de desemprego no Brasil também ajuda para limitar a demanda por crédito. A propósito, o desemprego atingiu 14,7% no trimestre encerrado em abril, mantendo o patamar recorde já registrado pela série. Nesse caso, o número de desempregados totalizou 14,8 milhões de pessoas.
Leia Mais: Dívida pública atinge R$ 5,33 trilhões em junho, diz Tesouro Nacional