O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) informou que a demanda por bens industriais caiu 1,2% em março deste ano, na comparação com o mês anterior. Aliás, esta é a segunda queda seguida do indicador, que acabou repetindo a mesma taxa negativa de fevereiro.
Apesar da retração, o Indicador do Ipea de Consumo Aparente de Bens Industriais de demanda disparou 12,9% em março na comparação com o mesmo período de 2020. No entanto, o índice acumula queda de 4,4% nos últimos 12 meses.
Além disso, o levantamento mostra que a importação de bens industriais caiu 0,4% em março. Da mesma forma, a produção interna desses bens industriais, destinada ao mercado nacional, também recuou (-3,9%).
Os dados ainda mostraram que o indicador do Ipea desacelerou entre os trimestres encerrados em fevereiro e março, de 8,7% para 4,1%. Lembrando que a Pesquisa Industrial Mensal de Produção Física, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), indicou queda de 3,1% do setor.
Em relação às grandes categorias econômicas, o desempenho fraco atingiu todos os setores pesquisados. Dessa forma, o destaque negativo de março ficou com o setor de bens de consumo duráveis, que despencou 8,2%.
Apesar do resultado negativo bastante disseminado em março, quando comparado a fevereiro, o resultado interanual foi diferente. Em resumo, todos os setores tiveram crescimento em relação a março de 2020, com destaque para bens de capital, com alta expressiva de 26%.
Veja mais detalhes que puxaram a demanda pra baixo
Ainda segundo o Ipea, tanto a indústria de transformação quanto a extrativa registraram taxas negativas em março. A primeira caiu 2,1% na comparação com fevereiro, enquanto a segunda teve um tombo ainda mais expressivo, de 6,1% no mês.
Outro dado importante é em relação aos setores produtivos: houve melhora em apenas 8 dos 22 segmentos analisados na comparação com fevereiro. Isso provoca uma forte redução do índice de difusão, de 55% para 36%. Aliás, o principal destaque positivo, entre os poucos avanços, ficou com o segmento outros equipamentos de transporte, que disparou 34,9% no período.
Já na comparação com março de 2020, o resultado ficou bem melhor, visto que o avanço atingiu 21 dos 22 segmentos pesquisados. Os destaques, aqui, ficaram com os segmentos produtos de metal (33,9%) e produtos têxteis (33,3%).
Por fim, no acumulado de 12 meses, metade dos segmentos registraram taxas positivas, ou seja, 11 dos 22 pesquisados pelo Ipea. Nesse caso, o destaque ficou novamente com produtos de metal, que acumulam um avanço de 7,3% no períodoo.
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