A defesa do tenente-coronel Mauro Cid, que desempenhava a função de ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), acionou o Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça-feira (09) pedindo que a Corte revogue uma prisão preventiva decretada na semana passada por Alexandre de Moraes.
De acordo com informações do canal “CNN Brasil”, a peça está sob sigilo, mas sabe-se que, no documento, os advogados de Mauro Cid citam o fato de Cid ter endereço fixo, bons antecedentes e estar lotado, atualmente, no Centro de Operações Terrestres (Coter), em Brasília. Além disso, o documento sugere que o ex-ajudante de ordem de Bolsonaro passe a fazer uso de monitoramento eletrônico enquanto durarem as investigações.
Assim como publicou o Brasil123, na segunda-feira (08), investigadores da Polícia Federal (PF) iniciaram a perícia nos celulares de Bolsonaro e de Mauro Cid. Esses aparelhos foram apreendidos na semana passada durante operação da corporação, deflagrada com o objetivo de investigar supostas fraudes em cartões de vacinação do ex-presidente e aliados. O celular de Bolsonaro foi apreendido na casa em que ele mora em Brasília, no Distrito Federal.
O objetivo que pertence ao ex-assessor de Bolsonaro Mauro Cid, que acabou sendo preso na operação, foi apreendido em sua casa, também localizada na capital federal. Na casa dele, além do celular, agentes da Polícia Federal também apreenderam US$ 35 mil e R$ 16 mil em dinheiro – a PF investiga se Mauro Cid praticou lavagem de dinheiro e, por isso, estuda pedir a abertura de um inquérito à parte para investigar este possível crime.
Operação da PF
Na quarta passada (03), a Polícia Federal deflagrou uma operação que teve como base investigações sobre a suposta prática de crimes como a prática de crimes na inserção de dados falsos sobre vacinação contra Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde (sistemas SI-PNI e RNDS).
Ao todo, foram seis pessoas presas. Dentre eles estão Mauro Cid, que como citado foi ajudante de ordens de Bolsonaro, e Max Guilherme e Sérgio Cordeiro, assessores do ex-presidente que trabalhavam no Planalto, além do secretário municipal de Governo da cidade de Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, João Carlos de Sousa Brecha.
Essa operação foi uma ordem de Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele, que é relator do inquérito das milícias digitais, também determinou a execução de 16 mandados de busca e apreensão.
De acordo com a PF, as investigações mostraram que a estrutura criminosa se consolidou no tempo, passando a ter a adesão de outras pessoas, atuando de forma estável e permanente para inserir dados falsos de vacinação contra a Covid-19 em benefício do então presidente da República.
Nesse sentido, a corporação constatou que as inserções teriam ficado a cargo do Secretário Municipal de Governo de Duque de Caxias, João Carlos de Sousa Brecha. “Para apagar os rastros das condutas criminosas, especialmente envolvendo Jair Bolsonaro e sua filha, houve participação de Claudia Helena Acosta Rodrigues da Silva, servidora do município”, informou a Polícia Federal.
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