Assim como publicou o Brasil123, a Polícia Federal (PF) está investigando a possível inserção de dados falsos de vacinação contra a Covid-19 para o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outras pessoas ligadas a ele. Nesta quinta-feira (04), a defesa do ex-chefe do Executivo voltou a dizer que não “existe qualquer motivo” para a prática.
De acordo com o texto publicados pelos advogados do presidente, “não haveria qualquer motivo para que o Bolsonaro promovesse ou determinasse a confecção de certificados falsos”. Não suficiente, a nota diz que o presidente, assim como já disse inúmeras vezes, não recebeu nenhuma dose do imunizante.
Em outro trecho do texto, os defensores ressaltam que o presidente só teria entrado em países que “aceitavam tal condição” ou que liberassem a entrada de pessoas mediante um teste da doença. Essa afirmação acontece porque os Estados Unidos afirmaram que, quando Bolsonaro esteve no país, era preciso comprovar a vacinação – a suposta inserção foi feita dois dias antes de o ex-presidente viajar para o país em questão.
Operação da PF
Na quarta (03), a Polícia Federal deflagrou uma operação que tem como base investigações sobre a suposta prática de crimes como a prática de crimes na inserção de dados falsos sobre vacinação contra Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde (sistemas SI-PNI e RNDS).
Ao todo, foram seis pessoas presas. Dentre eles estão Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e Max Guilherme e Sérgio Cordeiro, assessores do ex-presidente que trabalhavam no Planalto, além do secretário municipal de Governo da cidade de Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, João Carlos de Sousa Brecha.
Essa operação foi uma ordem de Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele, que é relator do inquérito das milícias digitais, também determinou a execução de 16 mandados de busca e apreensão.
De acordo com a PF, as investigações mostraram que a estrutura criminosa se consolidou no tempo, passando a ter a adesão de outras pessoas, atuando de forma estável e permanente para inserir dados falsos de vacinação contra a Covid-19 em benefício do então presidente da República.
Nesse sentido, a corporação constatou que as inserções teriam ficado a cargo do Secretário Municipal de Governo de Duque de Caxias, João Carlos de Sousa Brecha. “Para apagar os rastros das condutas criminosas, especialmente envolvendo Jair Bolsonaro e sua filha, houve participação de Claudia Helena Acosta Rodrigues da Silva, servidora do município”, informou a Polícia Federal.
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