A defesa de Anderson Torres, ex-ministro da Justiça, falou nesta sexta-feira (12) sobre a soltura dele, que estava preso desde fevereiro por conta de uma acusação de omissão devido aos seus trabalhos nos atos golpistas de 08 de janeiro – na ocasião, apoiadores radicais do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes – Supremo Tribunal Federal (STF), Congresso Nacional e Palácio do Planalto.
Durante entrevista ao canal “Globo News”, o advogado Eumar Novacki criticou os ataques antidemocráticos de 08 de janeiro, classificando eles como “odiosos” e de “baderna”. Na ocasião, o defensor também descartou a possibilidade de Anderson Torres fechar um acordo de delação premiada.
“Não existe essa possibilidade de delação. O que o Anderson vai fazer é cooperar para que se esclareça o mais breve possível os fatos que levaram àqueles odiosos atos de 8 de janeiro”, disse Eumar Novacki, que ainda elogiou as decisões do STF com foco em “frear” a escalada de violência contra as instituições. “Não podemos aceitar mais esse tipo de manifestação, que viola o estado democrático de direito, é inadmissível, causaram revolta aqueles atos de 8 de janeiro”, afirmou.
Durante a entrevista, Eumar Novacki também comentou sobre o fato de Anderson Torres ter fornecido senhas inválidas à Polícia Federal (PF) para acessar os dados em nuvem de seu celular, que ele diz ter perdido nos Estados Unidos. Este fato irritou a PF, visto que os advogados do ex-ministro haviam afirmado que ele havia passado a colaborar com a apuração.
“Na verdade, ele apresentou as senhas. Um laudo da PF que recebemos de modo sigiloso, nós também respondemos de modo sigiloso, porque houve uma falha técnica. E nos colocamos à disposição. Caso o ministro [Alexandre de Moraes] determine ao perito, nós vamos agir de boa vontade para abrir todas as informações”, declarou o defensor.
A soltura de Anderson Torres
Assim como publicou o Brasil123, Anderson Torres foi solto na quinta-feira (11) após decisão do ministro Alexandre de Moraes. Ao conceder a liberdade, o ministro do STF determinou que o ex-ministro deve cumprir algumas medidas cautelares, como:
- Uso de tornozeleira eletrônica;
- Proibição de deixar o Distrito Federal e de sair de casa à noite e nos fins de semana;
- Afastamento temporário do cargo de delegado de Polícia Federal;
- Comparecimento semanal na Justiça;
- Entrega do passaporte à Justiça e cancelamentos de todos os passaportes já emitidos para Torres;
- Suspensão de porte de armas de fogo, inclusive funcionais;
- Proibição de uso de redes sociais; e
- Proibição de comunicação com os demais investigados no caso.
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