A Defensoria Pública da União (DPU) solicitou à Justiça que Adélio Bispo, condenado por ter dado uma facada contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em Juiz de Fora, Minas Gerais, durante a campanha eleitoral de 2018, seja transferido da Penitenciária Federal de Campo Grande para uma unidade de saúde.
No pedido, a DPU afirmou que a solicitação acontece porque o condenado precisa de um tratamento de saúde adequado por conta de sua condição. Segundo o canal “CNN Brasil”, o recurso foi enviado ao Ministério Público Federal (MPF).
De acordo com a DPU, o órgão “pauta a sua atuação de maneira exclusivamente técnica, sob o enfoque dos direitos humanos e na defesa intransigente dos direitos fundamentais de seus assistidos”. Nesse sentido, a entidade afirma que “a ação fez parte da atuação da DPU na defesa de Adélio, a quem presta assistência jurídica desde 11 de junho de 2019”. “A instituição tem como função institucional a defesa de pessoas hipossuficientes ou sem advogado constituído”, pontua o órgão.
Laudo defende que Adélio continue internado
No ano passado, um laudo elaborado por psiquiatras designados pela Justiça Federal para avaliar a condição da saúde mental de Adélio Bispo indicou que ele deve permanecer internado, pois “não houve cessação de periculosidade” e ele continua com sinais de transtorno delirante paranoide.
Ao todo, os psiquiatras responderam dez questões sobre Adélio Bispo até chegarem à conclusão de que ele deve permanecer recluso e em tratamento na Penitenciária Federal de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, onde se encontra desde 2019.
Foi um laudo parecido que fez com que o condenado pela facada em Bolsonaro fosse considerado inimputável no momento do crime, isto é, considerou que ele não poderia ser preso.
Por conta disso, a prisão do condenado foi revertida em internação para tratamento, uma condição que foi analisada novamente, assim como publicou o Brasil123, três anos após o crime.
Agora, esse laudo deve ser feito novamente a cada 12 meses. No documento mais recente, tanto a defesa quanto a acusação avaliou como “coerente” o parecer apresentado pelos peritos.
Nesse sentido, ambos os lados defenderam que Adelio Bispo permanecesse internado. Isso porque a defesa e a acusação firmaram o entendimento de que isso seria melhor até mesmo para a integridade física do condenado por ter dado uma facada no até então candidato à presidente da República.
Leia também: Militares prestam depoimento na PF sobre ataques de 8 de janeiro