A defasagem dos combustíveis comercializados pela Petrobras perdeu força no país nos últimos dias. De acordo com dados da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), a defasagem média do preço da gasolina no país chegou a 3%, enquanto a do diesel alcançou 8%.
Isso quer dizer que a Petrobras está vendendo combustíveis mais baratos que os preços praticados internacionalmente. Em síntese, isso representa prejuízo para a estatal, que importa combustíveis mais caros, mas comercializa mais barato no Brasil.
Em números absolutos, a Petrobras teria que elevar o preço do litro da gasolina em R$ 0,11 e do diesel em R$ 0,50. Dessa forma, alcançaria a paridade internacional, ou seja, iria comercializar os combustíveis com os preços semelhantes aos praticados no exterior.
Gasolina sobe pela 4ª semana e preço médio do litro chega a R$ 4,98
Paridade internacional dos preços
Em resumo, a Petrobras segue o mercado externo para promover reajustes nos combustíveis. Assim, as variações do barril de petróleo e as oscilações do dólar influenciam diretamente nos preços dos combustíveis no país.
Na verdade, a estatal precisa buscar a paridade internacional dos preços para viabilizar a importação de combustíveis. A saber, o país tem outros importadores, e, quando a Petrobras pratica preços abaixo do mercado, torna inviável a importação de combustíveis.
Isso acontece porque a Petrobras vende estes itens para distribuidoras e refinarias. Como os preços são menores que os praticados no mercado, a estatal acaba concentrando as vendas, e os outros distribuidores reduzem as importações, pois deixam de ser vantajosas.
Em suma, as importações respondem por cerca de 30% do combustível consumido no país. Em outras palavras, a redução das importações pode afetar diretamente a demanda do país.
Embora haja defasagem no preço dos combustíveis, a situação estava mais complicada nas últimas semanas. Mesmo sem reajustar os preços dos combustíveis, a Petrobras se beneficiou com a queda da defasagem nos últimos dias.
Isso aconteceu devido à queda no preço do barril de petróleo Brent, que é referência mundial. E os importadores repassaram a queda ao mercado, ajudando a reduzir a defasagem para a estatal.
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