A defasagem dos combustíveis comercializados pela Petrobras está elevada no país. De acordo com dados da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), a defasagem média do preço da gasolina no país chegou a 9%, enquanto a do diesel alcançou 11%.
Isso quer dizer que a Petrobras está vendendo combustíveis mais baratos que os preços praticados internacionalmente. Em síntese, isso representa prejuízo para a estatal, que importa combustíveis mais caros, mas comercializa mais barato no Brasil.
Em números absolutos, a Petrobras teria que elevar o preço do litro da gasolina em R$ 0,32 e do diesel em R$ 0,62. Dessa forma, alcançaria a paridade internacional, ou seja, iria comercializar os combustíveis com os preços semelhantes aos praticados no exterior.
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Paridade internacional dos preços
Em resumo, a Petrobras segue o mercado externo para promover reajustes nos combustíveis. Assim, as variações do barril de petróleo e as oscilações do dólar influenciam diretamente nos preços dos combustíveis no país.
Na verdade, a estatal precisa buscar a paridade internacional dos preços para viabilizar a importação de combustíveis. A saber, o país tem outros importadores, e, quando a Petrobras pratica preços abaixo do mercado, torna inviável a importação de combustíveis.
Isso acontece porque a Petrobras vende estes itens para distribuidoras e refinarias. Como os preços são menores que os praticados no mercado, a estatal acaba concentrando as vendas, e os outros distribuidores reduzem as importações, pois deixam de ser vantajosas.
Em suma, as importações respondem por cerca de 30% do combustível consumido no país. Em outras palavras, a redução das importações pode afetar diretamente a demanda do país.
Embora haja defasagem no preço dos combustíveis, o governo federal vem tentando evitar um reajuste da Petrobras até o final do mês.
Como a votação do 2º turno ocorrerá no último domingo de outubro, no dia 30, o governo tentará evitar um reajuste. A ação tem o objetivo de eliminar qualquer risco de perda de votos do presidente Jair Bolsonaro (PL) devido a combustíveis mais caros no país.
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