A tabela do Imposto de Renda não deverá ter a correção tão prometida durante a campanha eleitoral. A saber, a última correção ocorreu em 2015, no início do segundo mandato da ex-presidente Dilma Rousseff. Contudo, de lá pra cá, nada mudou na tabela, e o recorte de renda continua o mesmo de oito anos atrás.
Na disputa pela presidência do país, ambos os candidatos prometeram reajustar a tabela do Imposto de Renda. Contudo, as mudanças prometidas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não deverão entrar em vigor neste ano.
Em resumo, a promessa de campanha do petista foi de “Imposto de Renda zero para quem ganha até R$ 5 mil e desconto para classe média”.
No entanto, o senador Wellington Dias (PT), responsável pela revisão do orçamento, explicou que a correção da tabela deverá ser discutida ao longo do governo Lula.
“É uma proposta para o mandato. Ela não está sendo tratada nem na PEC [da transição] e nem na reorganização do orçamento [de 2023]”
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Defasagem da tabela chega a 134,5%
A saber, esse cenário não é positivo para parte da população brasileira. Isso porque muita gente que estava isenta de declarar o imposto em 2015 não o estará mais em 2023. Aliás, o número de pessoas que vêm perdendo a isenção devido ao aumento da renda cresce anualmente.
Em resumo, a inflação brasileira ficou muito elevada nos últimos anos. Com isso, muitas pessoas saíram da faixa de isenção para a menor alíquota de pagamento do IR. O problema é que os reajustes dos salários acompanham a inflação, mas a defasagem da tabela do Imposto de Renda torna esses reajustes negativos para a população.
A saber, a inflação no país em nível elevado tem feito o governo reajustar o salário mínimo de maneira mais expressiva, justamente para seguir a inflação. O problema é que esses reajustes não representam ganhos reais para os brasileiros, pois suprem apenas a variação dos bens e serviços no país.
Assim, o aumento salarial tira a isenção do IR de muita gente. Em suma, as pessoas continuam com as mesmas condições de vida, pois o salário vem subindo apenas em relação à inflação, mas começam a pagar uma alíquota do imposto devido à falta de correção da tabela.
De acordo com um levantamento feito pela Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Unafisco), a tabela do IR acumulou uma defasagem de 147,40% de 1996 a junho de 2022.
A propósito, caso a tabela da base de cálculo tivesse uma correção integral pela inflação acumulada nos últimos anos, estariam isentos do Imposto de Renda todos os que tivessem renda de até R$ 4.465. Isso mostra que o valor é bem próximo ao prometido pelo presidente Lula, de R$ 5 mil.
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