O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) teve mais um dia de decisões que visam a retirada de conteúdos veiculados nas campanhas dos candidatos à presidência da República. Além da defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que tem conseguido decisões que visam a retirada de conteúdos veiculados sobre o petista na campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL), o atual chefe do Executivo também tem sido beneficiado com ordens vindas da Corte Eleitoral.
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Nesta quinta-feira (20), por exemplo, a ministra Maria Isabel Galotti determinou que a campanha de Lula retire do ar as peças que visam associar a defesa que Bolsonaro faz das armas de fogo a bandidos e a episódios de violência contra a mulher relatados durante o governo do atual chefe do Executivo.
Nessas propagandas veiculadas em inserções da coligação de Lula, é possível ver até mesmo crianças disparando armas de fogo contra adultos. No começo do vídeo da campanha do Partido dos Trabalhadores (PT), Bolsonaro aparece dizendo que deseja que todos estejam em posse de armas. “Eu quero todo mundo armado”, diz o presidente no vídeo.
Em sua decisão, a ministra afirmou ter entendido que a propaganda veiculada pela campanha de Lula está descontextualizando a declaração de Bolsonaro sobre armas – desde antes de ter assumido o governo, o presidente faz da flexibilização do uso e compra de armas uma de suas principais bandeiras.
“No caso em exame, verifica-se que as imagens veiculadas de pessoas armadas na rua e no interior de imóveis, de criança manuseando arma de fogo, de violência contra mulher e atuação do crime organizado estão descontextualizadas da fala do candidato”, relata a ministra.
Por fim, ela relata que na fala do chefe do Executivo “não há qualquer referência à colocação de arma de fogo em mãos de criança, violência urbana ou contra a mulher, incentivo ou benevolência com crime organizado”. “Assim, há flagrante descontextualização entre a fala do candidato representante, com o qual se inicia a propaganda”, completa Maria Isabel Galotti.
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