A China anunciou no início da semana que as escolas particulares do país precisam se tornar organizações sem fins lucrativos. As novas regras proíbem aulas que visem o lucro em disciplinas escolares básicas. E essa decisão está impactando não só o país asiático, mas todo o mundo.
Na última segunda (26), o Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, encerrou o pregão em alta graças a essa decisão da China. Em resumo, boa parte dos investidores fugiram do país e procuraram outro emergente para colocarem seu dinheiro. E o Brasil foi um dos novos destinos.
Além disso, as bolsas chinesas vêm sofrendo fortes perdas na semana. A saber, Hong Kong já acumula desvalorização de 8% em apenas duas sessões. Isso porque, além dos impactos provocados pela decisão em torno das aulas particulares, o governo chinês também anunciou novas regulamentações em relação a empresas de tecnologia que possuem operações no país.
Nestes dois primeiros dias úteis da semana, as bolsas asiáticas estão afundando, puxadas pelos setores de educação e tecnologia. No país, os investidores estão realizando uma verdadeira debandada, vendendo os ativos que possuem. Aliás, a China também alertou as empresas de delivery de alimentos sobre o pagamento dos funcionários, que precisa totalizar, pelo menos, o salário mínimo.
Preocupação cresce entre investidores da bilionária indústria de estudos
O que explica a fuga dos investidores da China é a proibição dos fins lucrativos. Não há muitos motivos para se investir em algo que não proporcionará retorno financeiro. No entanto, isso é um verdadeiro problema para a bilionária indústria de estudos do país, na qual investidores injetaram bilhões de dólares nos últimos anos.
Para ter uma ideia, a decisão da China coloca em risco uma indústria de US$ 120 bilhões. Isso inclui tanto o capital privado quanto o público. Com as novas regras, empresas de tutoria online passarão por exames minuciosos extras. Já as aulas de reforço ficarão proibidas nos fins de semana, feriados e férias escolares. E este que é o maior impacto, visto que estas aulas geram até 80% da receitas das empresas.
Por fim, as instituições de ensino que se baseiam em currículos também ficarão proibidas de gerar dinheiro através de listagens. Ao mesmo tempo, as empresas listadas não poderão investir nestas instituições de ensino. Assim, a decisão do governo chinês segue afetando os mercados e, aparentemente, perdurará por mais algum tempo.
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