Bolsonaro demostrou a força de seus eleitores depois que muitas empresas de pesquisa previram que Lula venceria no primeiro turno da eleição presidencial, garantindo votos suficientes para ir para o segundo turno em 30 de outubro. No entanto, como os políticos vistos como impopulares ou mesmo desqualificados, continuam a ter sucesso eleitoral?
A força do populismo
Bolsonaro conseguiu promover mensagens e ideias fáceis de entender que inspiram fortes desejos emocionais e nostalgia em grandes segmentos da população. A ideia é tentar alinhar sua imagem pública com pessoas de fora que se opõem ao sistema, mesmo que não seja uma coisa natural a se fazer.
Foi assim que o bilionário Donald Trump se tornou o 45º presidente dos Estados Unidos, visto como o “homem do povo”, atacando tudo o que não funcionava no país, apesar de não viver em tal realidade, com uma vida cheia de privilégios.
Uso da estratégia por Bolsonaro
Explorando a nostalgia citada acima, Bolsonaro se define e seus apoiadores como indivíduos que não pertencem a um grupo específico, mas que vão contra o ideal progressista e defendem Deus, a pátria e a família.
Além disso, ele disse que as agências governamentais e os políticos falharam em servir ao povo, acreditando que eles eram preguiçosos e corruptos, e ele estava disposto a acabar com esse mal.
O discurso para subverter as estruturas de governo torna-se em um lar político para os eleitores que compartilham da mesma opinião que Bolsonaro, mesmo quando o político em questão passou 27 anos na Câmara dos Deputados, com apenas dois projetos aprovados.
Importância da internet para a campanha de Bolsonaro
A bem-sucedida figura anti-Estado de Bolsonaro aproveitou o poder de plataformas de mídia social como Twitter, Facebook, TikTok e aplicativos de mensagens privadas como o WhatsApp para elevar o poder político da comunidade.
Isso torna seu sucesso, em parte, uma história sobre o surgimento de um novo tipo de comunicação política. Algoritmos de mídia social descobrem o que nos interessa, o que podemos querer comprar e em que podemos acreditar, e então nos inundam com esses pensamentos. Bolsonaro soube fazer disso uma vantagem poderosa.
Apesar do esforço, a democracia brasileira parece particularmente inapta para enfrentar tais desafios. Como, por exemplo, o uso generalizado do WhatsApp, impediu os reguladores de verificar ou reverter informações falsas a tempo de evitar danos.
Aposta religiosa
Muitos evangélicos brasileiros tendem historicamente a possuir crenças teologicamente conservadoras. Como resultado, eles serão atraídos pelo presidente Bolsonaro por suas posições, principalmente sobre gênero e sexualidade.
Os evangélicos são considerados uma importante base de apoio ao atual presidente. Em 2018, quase 70% das pessoas votaram em Bolsonaro no segundo turno da votação, garantindo a sua vitória, segundo especialistas.
Agora, pesquisas de intenção de voto mostram que algumas mulheres evangélicas estão transferindo seus votos para Lula, mas os homens evangélicos continuam votando em Bolsonaro.