O Conselho de Supervisão independente do Facebook Inc anunciou na terça-feira os primeiros seis casos em que poderia anular as decisões da empresa de mídia social de remover certos conteúdos de suas plataformas.
O conselho, que o Facebook criou em resposta às críticas de seu tratamento de conteúdo problemático, disse ter recebido 20.000 casos desde que abriu suas portas em outubro.
Casos escolhidos
Os seis casos escolhidos são:
Um screenshot de tweets do ex-primeiro-ministro malaio Mahathir Mohamad que dizia que os muçulmanos tinham o direito de perpetrar violência contra o povo francês “pelos massacres do passado”.
Um post com uma foto de uma criança falecida que incluía um comentário sobre o tratamento dado pela China aos muçulmanos Uighur.
Um post que supostamente mostrava fotos históricas de igrejas em Baku, Azerbaijão, com uma legenda que o Facebook dizia indicar “desdém” pelo povo azerbaijanês e apoio à Armênia.
Fotos no Instagram mostrando mamilos femininos que o usuário no Brasil disse ter como objetivo aumentar a conscientização sobre os sintomas do câncer de mama.
Uma suposta citação do ministro de propaganda nazista Joseph Goebbels.
O caso escolhido que foi apresentado pelo Facebook, ao invés de um usuário, foi um post em um grupo alegando que certas drogas poderiam curar a COVID-19, que criticou a resposta do governo francês à pandemia.
Comentários públicos
O conselho abriu um período de uma semana de comentários públicos sobre estes primeiros casos. Os casos serão analisados por painéis de cinco membros do conselho.
Três dos seis casos envolviam conteúdo que o Facebook removeu por violar as regras do hate-speech. Um porta-voz do Oversight Board disse que os casos de discurso de ódio haviam sido “a proporção mais significativa” de recursos recebidos.
“O discurso do ódio é uma área especialmente difícil”, disse Jamal Greene, um dos co-presidentes da diretoria e professor da Faculdade de Direito de Columbia, em uma entrevista à Reuters. “Não é tão fácil … para um algoritmo obter o contexto de” tal discurso.
Em novembro, o Facebook divulgou pela primeira vez números sobre a prevalência do discurso de ódio na plataforma, dizendo que de cada 10.000 visualizações de conteúdo no terceiro trimestre, 10 a 11 incluíam discurso de ódio.