Luiz Felipe D’Ávila, pré-candidato à Presidência da República pelo Novo e cientista político, afirmou que a discussão sobre uma candidatura para a chamada terceira via foi “capturada pelos caciques partidários” e que, por isso, o Novo “se excluiu” das conversas. A declaração de D’Ávila foi feita nesta quarta-feira (27) durante uma entrevista promovida pelo portal “UOL” em parceria como o jornal “Folha de S. Paulo”.
Partido Novo diz ser a favor de impeachment de Bolsonaro
“As discussões para formalizar um candidato único de centro à Presidência têm reunido, em especial, dirigentes do MDB, PSDB, Cidadania e União Brasil. Até agora, os partidos não se decidiram sobre um nome de consenso”, afirmou ele, dizendo ainda que, na última conversa que teve com os partidos da terceira via, disse que “era preciso discutir propostas para o Brasil”, mas que essa discussão não ocorreu.
Para o pré-candidato do Novo, as legendas estão mais preocupadas com a eleição de deputados federais por conta da distribuição dos fundo partidário e eleitoral dos próximos anos. “Essa discussão sobre o Brasil não aconteceu, aliás, a discussão da terceira via, desde que nós conversamos, foi capturada pelos caciques partidários e os caciques partidários não querem saber de discutir um projeto de país, eles estão preocupados é com quantos deputados vão eleger”, afirmou.
“O Novo se excluiu das conversas. Nós fomos convidados a participar dessas conversas, mas não tem o que conversar”, disse o pré-candidato, completando que, antes de ter formalizado seu interesse em concorrer à presidência, as conversas eram “muito boas”. Para ele, o problema hoje da terceira via é que é as conversas sobre a chapa não está nas mãos dos candidatos, mas sim nas mãos dos presidentes dos partidos.
“E o presidente de partido hoje quer saber assim: retorno sobre investimento. Sabe o que é retorno de investimento? Quantos deputados federais eu vou eleger para aumentar o meu dinheirão aqui sobre o fundo eleitoral e fundo partidário. É uma vergonha, mas é a verdade. Ninguém está pensando no Brasil. Qual é a pauta de Brasil?”, questionou o pré-candidato, que somou apenas um ponto percentual na última pesquisa eleitoral.
Leia também: Eduardo Leite, que era cotado às eleições presidenciais, deve disputar o governo do Rio Grande do Sul