O jornal “Folha de S. Paulo” divulgou, neste sábado (26), uma pesquisa do instituto Datafolha mostrando que 51% da população é favorável à suspensão de aplicativos de mensagens, como o WhatsApp ou Telegram, que não obedeçam ordens judiciais que visem conter a divulgação de notícias falsas.
O levantamento, que ouviu 2.556 pessoas acima de 16 anos na última terça-feira (22), mostrou que 43% das pessoas são contra esse tipo de medida – 3% se declararam indiferentes ao tema e outros 3% não souberam opinar. A pesquisa aconteceu alguns dias depois que Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a suspensão do Telegram em todo o país.
Esse bloqueio se deu porque o ministro entendeu que a plataforma não estava acatando as ordens da Justiça, que visam frear a disseminação de notícias falsas durante as eleições. Após a determinação, o Telegram afirmou que iria colaborar e a suspensão foi retirada.
Conforme mostra o Datafolha, são os eleitores do presidente aqueles que mais são contrários à suspensão de aplicativos – 56%. Entre os eleitores de seu maior rival político, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o percentual de cidadãos contra a medida é de 38%.
Hoje, o Telegram é muito popular entre apoiadores do presidente, sendo, inclusive, uma das principais ferramentas do próprio chefe do Executivo para falar com seus aliados. Isso acontece porque, enquanto em outras plataformas, Bolsonaro já teve diversos conteúdos bloqueados e submetidos a avisos de desinformação, no Telegram, que tem sido mais flexível, ele jamais recebeu tal punição.
Parceria do TSE com os aplicativos
Nos últimos meses, assim como vem publicando o Brasil123, tanto o STF quanto o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) vêm tomando medidas para evitar a propagação de notícias falsas nas redes sociais e interferência indevida nas eleições. Em fevereiro, o TSE firmou um acordo com oito plataformas: Twitter, TikTok, Facebook, WhatsApp, Google, Instagram, YouTube e Kwai.
O Telegram, que também foi convidado, só assinou a parceria nesta sexta-feira (25), após o bloqueio. Antes disso, a rede social sequer estava respondendo os e-mails do TSE endereçados à sede da empresa, localizada nos Emirados Árabes.
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