Pesquisa publicada pelo Datafolha confirmou que a maioria dos brasileiros confia nas urnas eletrônicas. Contudo, desde a última pesquisa, este número sofreu redução. Na atual pesquisa, 73% dos respondentes afirmam que confiam no sistema eleitoral, na última pesquisa, esse número era de 82%.
Ao que tudo indica, os constantes questionamentos e ataques do Presidente da República, Jair Bolsonaro, ao sistema eleitoral brasileiro fez esse índice diminuir, onde, inclusive, ele tem defendido uma apuração paralela dos votos. A pesquisa atual apontou que houve aumento na desconfiança dos eleitores, o número saltou de 17% para 24%.
Em fevereiro deste ano, Bolsonaro levantou suspeitas sobre a confiabilidade das urnas. Segundo ele, o Exército encontrou dezenas de vulnerabilidades no sistema de votação eletrônica, embora não tenha apresentado provas.
Devido a isso, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral na época, o ministro Luís Roberto Barroso enviou um documento às Forças Armadas com respostas para 80 dúvidas relacionadas às urnas eletrônicas.
Por outro lado, o vice-presidente Hamilton Mourão apontou que é uma bobagem questionar a integridade das urnas eletrônicas. Mourão é pré-candidato ao Senado pelo Rio Grande do Sul.
“Com toda minha sinceridade, sempre pode ter algum problema. Mas desde que esse processo teve início, não teve fraude”, afirmou Mourão. “Em um país que não guarda segredo, uma fraude já teria aparecido, é uma bobagem ficar alimentando isso aí”, completou o vice-presidente.
TSE realizou testes nas urnas eletrônicas
Entre 11 e 13 de maio, o TSE realizou testes no sistema de votação eletrônico. Os testes incluíam simulações de ataques hackers. Contudo, não foram encontradas falhas que poderiam mudar os resultados das eleições deste ano.
Grupos de investigadores, que incluíam peritos da Polícia Federal, realizaram a execução de cinco planos de ataque em uma etapa do TPS (Teste Público de Segurança do Sistema Eletrônico de Votação). “Nenhum dos planos de teste conseguiu alterar um voto ou mexer na totalização de votos”, afirmou o juiz auxiliar da presidência do TSE, Sandro Vieira.
Os mesmos planos de teste foram realizados em novembro de 2021. Contudo, foi necessário repetir os testes em maio devido a sugestões de aperfeiçoamento nas urnas, ainda que nenhuma brecha tenha sido identificada nos testes de novembro.
“O balanço que eu faço é positivo. Os planos de ataques que foram bem-sucedidos em novembro trouxeram melhorias implementadas pelo TSE. Foram resolvidos os problemas encontrados na primeira fase”, afirmou Vieira.
As suspeitas de Jair Bolsonaro, devido a supostas vulnerabilidades encontradas pelas Forças Armadas, aconteceram na mesma época dos testes realizados pelo TSE. Inclusive, o general Heber Portella representou as Forças Armadas em uma comissão do TSE que discute regras eleitorais.
A princípio, o documento final sobre os testes realizados será divulgado dia 30 de maio, visto que os sistemas ainda podem passar por aperfeiçoamentos até o momento em que as urnas serão lacradas, em 12 de setembro.
Os testes estão sendo realizados no modelo da urna de 2015, o que gerou insatisfação das Forças Armadas, que solicitaram que os testes fossem realizados no equipamento de 2020. Contudo, o TSE negou, dizendo que os equipamentos são compatíveis.