Luiz Inácio Lula da Silva (PT), presidente da República, criticou nesta segunda-feira (19) a construção de casas de 15 metros quadrados para pessoas de baixa renda em Campinas, no interior de São Paulo. De acordo com o petista, a iniciativa da administração da cidade paulista acaba por contribuir para a “degradação do ser humano”.
Lula diz que está “provado” que Bolsonaro tentou golpe
Durante uma live transmitida pelas redes sociais do presidente e da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Lula disse que “é importante lembrar que precisamos discutir as palafitas, é preciso discutir o processo de degradação que mora o ser humano”.
“Aquela história do prefeito [de Campinas] de fazer uma casa de 15 metros quadrados. Se essa moda pega, daqui a pouco estaremos construindo poleiros para que o povo possa morar. É o absurdo do absurdo do absurdo”, disse o presidente. Por poleiros, entende-se varas de madeira que são colocadas horizontalmente para que aves possam descansar. Na maior parte das vezes, eles são instalados em locais pequenos, como gaiolas.
Na mesma live, Lula lamentou o ataque a tiros ocorrido no Colégio Estadual Helena Kolody, em Cambé, no norte do Paraná, na manhã de hoje. Antes disso, ele havia usado sua conta no Twitter para dizer que não se pode mais tolerar “ódio” e “violência” dentro das escolas e na sociedade como um todo.
“Recebo com muita tristeza e indignação a notícia do ataque no Colégio Estadual Professora Helena Kolody, em Cambé, no Paraná. Mais uma jovem vida tirada pelo ódio e a violência que não podemos mais tolerar dentro das nossas escolas e na sociedade. É urgente construirmos juntos um caminho para a paz nas escolas. Meus sentimentos e preces para a família e comunidade escolar”, disse o petista.
Polêmica
O programa da prefeitura de Campinas tem sido alvo de polêmica. De acordo com a proposta, as casas, que ainda não estão prontas, têm dois cômodos. Na entrada, à direita, fica um cômodo menor, onde deve ser instalado o banheiro. Já ao lado, existe um cômodo maior, com uma janela. Segundo a prefeitura, o terreno tem 90 m² de área total.
De acordo com especialistas, os imóveis não se adéquam ao conceito de moradia digna recomendado pela Organização das Nações Unidas (ONU). Por outro lado, o vice-prefeito de Campinas, Wanderley de Almeida, classificou as críticas à iniciativa como “lamentável”. “Claro que a ideia seria ir para uma casa acabada. Mas lá tem família em moradia improvisada, são barracos, sem saneamento básico, com ação de reintegração de posse, e um prazo da Justiça para sair de lá”, disse ele.
Leia também: Pagamento do Bolsa Família liberado nesta segunda-feira (19); valor recorde CHOCA beneficiários