Nos últimos dias, imagens viralizaram mostrando o líder espiritual do Tibet, Dalai Lama, beijando um menino na boca e pedindo para que ele chupasse sua língua. Ao chocar o mundo, especialistas relembraram que essa não é a primeira polêmica do representante.
Após a repercussão internacional, o líder, de 87 anos, pediu desculpas publicamente, mas o assunto reviveu o passado de Dalai Lama.
Isso porque Dalai Lama não é uma pessoa em si, mas sim um cargo espiritual que é ocupado por Tenzin Gyatso, há 83 anos. Ele é vencedor de um Nobel da Paz, mas também choca o mundo com polêmicas envolvendo sua atuação, ou a falta dela, em situações delicadas.
Quem é o Dalai Lama?
Dalai Lama é o nome dado para o chefe do budismo tibetano, uma das vertentes do budismo mundial. Apesar disso, o atual ocupante do cargo ficou famoso por sua atuação em buscar a libertação do Tibet da dominação chinesa, mas também por seu trabalho humanitário e espiritual na região.
Atualmente, o Dalai Lama vive em Dharamsala, no norte da Índia. Nascido em 6 de julho de 1935, ele foi reconhecido, ainda em 1937, como a reencarnação do 13° Dalai Lama, Thubten Gyatso. Com isso, ele se tornou o 14° Dalai Lama do Tibet, um território que busca sua independência da crescente influência chinesa ao longo do tempo.
Durante toda sua vida, o líder espiritual se dedicou à causa. Contudo, a medida vem perdendo força com a forte influência da China sobre a economia mundial, que dá mais prioridade a outras questões no apelo internacional. Em 1950, quando o Tibet foi invadido pelos chineses, o atual Dalai Lama assumiu, também, um cargo político, mas foi forçado a ir ao exílio em 1959. Por conta de sua história e de sua luta, ele ganhou o prêmio Nobel da Paz, em 1989, seu principal reconhecimento internacional.
As polêmicas
Apesar de sua importância para a região e seu importante papel espiritual, o Dalai Lama está envolvido em diversos casos polêmicos. Além do episódio do beijo, onde pediu para que um menino chupasse sua língua, o líder budista coleciona acusações de omissão em casos de violência sexual e também suspeita de corrupção.
Isso porque, em setembro de 2022, dois jornalistas franceses, Élodie Emery e Wandrille Lanos, publicaram um livro chamado “Budismo, a lei do silêncio”. Na obra, eles relatam que, os últimos 40 anos, pelo menos 32 pessoas teriam sofrido algum tipo de abuso. O caso envolve, ao menos, 13 mestres da religião. Segundo os jornalistas, Dalai Lama recebeu um aviso sobre o caso, mas se omitiu em relação às acusações. Além das questões de violência sexual, os mestres atuariam em esquemas de corrupção financeira, desviando dinheiro da congregação espiritual.
Ainda, em 2015 o mesmo líder espiritual colecionou mais uma atitude polêmica. Na época, questionado sobre ser sucedido por uma mulher, ele afirmou que seria possível, mas que a futura líder do budismo “deveria ser atraente, senão não seria de muito uso”. Ele reforçou as falas 4 anos depois em entrevista à BBC.
Além dessas falas, ele também coleciona polêmicas sobre imigração, tema em que acredita que cada pessoa deve voltar a seu país de origem.
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