Um levantamento feito pelo deputado federal Elias Vaz (PSB) por meio do Portal da Transparência mostrou que o presidente Jair Bolsonaro (PL) gastou cerca de R$ 4,2 milhões nos últimos 35 dias. Isso, usando cartões corporativos da Presidência da República.
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De acordo com o deputado, foram gastos R$ 4.208.870,16 com os cartões entre o primeiro dia de abril e a última quinta-feira (05), um valor um pouco mais baixo do que o registrado de janeiro a março, R$ 4.649.448,66.
“A conta do primeiro trimestre já era alta, mas a situação piorou”, disse o deputado. Em outro momento, o parlamentar destacou que Bolsonaro tem mantido seus gastos sob sigilo, o que impede que seja apurado com o que o chefe do Executivo tem gastado toda essa quantia.
“O presidente Bolsonaro continua mantendo os gastos em sigilo, contrariando o discurso que fez durante todo o tempo que foi deputado. Quem não deve não teme”, disse o deputado federal em uma publicação no Twitter feita neste sábado (07).
Conforme os números apurados pelo parlamentar, do total gasto, R$ 2.894.851,20 foram usados para custear despesas da Secretaria Especial de Administração da Presidência da República. Já o restante:
- R$ 933.789,24 estão ligados à Agência Brasileira de Inteligência (Abin);
- E R$ 380.229,72 ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI).
Por conta dos números, Elias Vaz afirma que vai acionar Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O motivo: ele vai pedir que seja feita uma investigação dos gastos. Isso porque, de acordo com ele, existem “evidências de que Bolsonaro está fazendo campanha de forma irregular”. “Ele está usando o dinheiro público […] Quem está pagando pelas motociatas em vários estados do país é o cidadão”, afirmou o parlamentar.
Gastos de Bolsonaro
De acordo com um levantamento divulgado pelo jornal “O Globo”, Bolsonaro gastou mais com o cartão corporativo do que os ex-presidentes Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (MDB). Segundo o jornal, até dezembro do ano passado, o presidente havia gastado R$ 29,6 milhões, 18,8% a mais do que os R$ 24,9 milhões despendidos nos quatro anos da gestão Dilma-Temer.