Os consumidores do país continuam pagando caro para ter energia elétrica em casa. No final de agosto, o governo anunciou uma nova bandeira tarifária, a “escassez hídrica”, que faz alusão a pior crise hídrica enfrentada pelo Brasil em 91 anos. E essa nova tarifa passou a ser adotada para cobrir os custos extras com a produção de energia no país.
Em resumo, a geração de energia pelas hidrelétricas caiu em agosto para o menor nível desde 2002. Por isso, o governo recorreu ainda mais às termelétricas, que são mais caras e poluentes que as hidrelétricas. Nessa conta, o consumidor é quem paga pelos custos extras, como sempre.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), a crise energética deve aumentar em 255% esse custo extra para produção de energia no Brasil em 2021. A saber, o valor é repassado para os consumidores através das bandeiras tarifárias, que vêm sofrendo constantes reajustes nos últimos meses.
Neste ano, a estimativa é que os custos extras com a produção de energia totalize R$ 28,4 bilhões. A confirmação deste valor significará que os consumidores pagarão R$ 20,4 bilhões a mais do que a média histórica, que é de R$ 8 bilhões. Aliás, os custos ficaram bem menores tanto em 2020 (R$ 4,4 bilhões) quanto em 2019 (R$ 4,3 bilhões).
Veja a escalada das bandeiras tarifárias no país
Em suma, a falta de chuvas fez o país aplicar em junho a bandeira vermelha patamar 2, nível mais elevado à época. Na sequência, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) elevou em 52% o custo deste patamar, fazendo os consumidores pagarem ainda mais caro pela bandeira mais cara do país.
Como se isso não fosse aumento suficiente, o governo federal anunciou no final de agosto a bandeira tarifária escassez hídrica. A propósito, esta bandeira elevou em 49,63% o patamar 2 da bandeira vermelha, que já havia sofrido aumento dois meses atrás.
Tudo isso aconteceu, porque o país continua gastando mais para conseguir manter o abastecimento da população. Em suma, o país não está com capacidade de gerar energia pelas hidrelétricas como normalmente o faz. Por isso, está recorrendo tanto às termelétricas quanto à importação de energia.
Por fim, o governo já publicou um decreto para a redução do consumo de energia por parte dos órgãos públicos federais. Além disso, também anunciou no final do mês passado o programa de redução voluntária do consumo de energia pelo consumidor comum. Tudo para reduzir o consumo e evitar o risco de apagões no país.
Leia Mais: Produção de veículos no país cresce 5,6% em setembro, diz Anfavea