As famílias brasileiras estão reduzindo o consumo de itens não essenciais devido ao custo de vida cada vez mais elevado no Brasil. A saber, a inflação e os juros altos continuam corroendo a renda da população, que não vê outra saída a não ser evitar itens menos importantes.
De acordo com o Monitor do PIB-FGV, realizado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), o consumo das famílias retraiu 2,1% em maio, na comparação com abril. Em resumo, esse foi o principal fator que puxou o PIB para baixo em maio. Aliás, a economia brasileira encolheu 0,8% na base mensal, segundo o Monitor PIB-FGV.
Embora o consumo das famílias tenha diminuído em um mês, os dados indicam crescimento na comparação com o ano passado. Isso porque o indicador cresceu 4,7% em relação a maio e 5,8% no trimestre móvel de março a maio, em relação ao mesmo período de 2021.
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Consumo de bens duráveis encolhe
Segundo o levantamento, o consumo de bens duráveis caiu 1,7% em abril e 0,5% em maio, na base mensal. Por sua vez, os semiduráveis tiveram alta de 3,3% em abril, mas o seu consumo recuou 1,2% em maio.
Por outro lado, os bens não duráveis, incluindo alimentos in natura, tiveram alta tanto em abril (0,7%) quanto em maio (1,0%). E o consumo de serviços cresceu 0,8% em abril, mas ficou estável em maio.
Todos esses dados mostram que as famílias brasileiras continuam consumindo itens essenciais no mês. Contudo, os itens não essenciais, como móveis ou automóvel, estão ficando cada vez mais esquecidos pelos brasileiros.
“Quando olhamos os dados abertos, o consumo de duráveis, que sofre mais impacto dos juros, caiu em abril e maio. Isso mostra uma mudança de comportamento do consumidor, que posterga a compra”, explicou a economista e pesquisadora do FGV Ibre, Juliana Trece.
Por fim, a economista alertou que “a economia vai ter dificuldade de crescer” no segundo semestre e que “o consumo vai ser o motor” desse avanço.
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