A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) divulgou os dados mais recentes do seu Índice de Custos de Produção do frango de corte (ICPFrango). A saber, o indicador acumulou um forte crescimento de 19,8% em 2021. Os dados foram levantados pela Central de Inteligência de Aves e Suínos (Cias) da Embrapa.
De acordo com o levantamento, os gastos com nutrição foram a principal causa do forte aumento dos custos no ano passado. Em suma, o setor registrou avanço de 16% dos gastos com alimentação. Aliás, estes gastos representaram 75,4% de todo o custo do setor em 2021.
Vale destacar que essa forte alta dos gastos com nutrição ocorreu devido às elevações dos preços do milho e da soja. Ambos os cereais registraram altas expressivas dos preços internacionais, dificultando a vida dos produtores de frango do país. A propósito, tanto o milho quanto a soja são ração para as aves
Inflação do frango ao consumidor também dispara em 2021
O aumento dos preços internacionais impulsionou os custos do frango em 2021. No entanto, as elevações não se restringiram aos produtores. Na verdade, estes custos elevados pressionaram a inflação do frango ao consumidor.
Além disso, houve um forte aumento da demanda dos consumidores pela proteína em 2021. Em resumo, isso aconteceu porque os preços da carne bovina, que haviam disparado em 2020, mantiveram os altos valores em 2021. Por isso, muitos consumidores passaram a comprar mais frango por ser uma proteína mais acessível.
A saber, o frango em pedaço encerrou 2021 com uma alta acumulada de 29,8%. Esse patamar superou em muito a inflação oficial do Brasil, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que chegou a 10,06% no ano. Inclusive, os altos preços do frango devem continuar em 2022.
Por fim, a Embrapa também revelou que o Índice de Custo de Produção dos suínos (ICPSuíno) teve alta de 6,8% em 2021. Da mesma forma, o aumento do custo subiu devido à alta dos gastos com nutrição (+5,51%). Em síntese, o milho e o farelo de soja são usados na alimentação dos porcos. Aliás, as despesas com alimentação correspondem a 81% dos custos do setor.