O último levantamento do Datafolha, publicado na sexta-feira (24) pelo jornal “Folha de S.Paulo”, mostrou que a campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) não está surtindo os efeitos previstos no começo do ano, quando a expectativa era, em junho, já ter ultrapassado Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas pesquisas de intenções de voto.
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De acordo com o jornalista Valdo Cruz, da “Globo News” depois de ver que Lula lidera as intenções de voto para o primeiro turno com 47%, contra 28% de Bolsonaro, a cúpula que cuida da campanha do atual presidente chegou à conclusão de que precisa conquistar alguns grupos para encostar no ex-presidente.
Segundo o comunicador, a avaliação de pessoas envolvidas com o marketing da campanha de Bolsonaro é de que o slogan “sem pandemia, sem corrupção e com Deus no coração, ninguém segura esse novo Brasil”, que vem sendo usado nas inserções partidárias do PL na TV, deve ser abandonado.
Conforme o jornalista, aliados de Bolsonaro não gostaram da frase, primeiro, porque ela é muito grande, o que dificulta a absorção do eleitor. Não suficiente, essas pessoas consideram que o slogan traz palavras negativas como:
Pandemia: usada pela campanha de Bolsonaro, acusado por muitos de ter feito uma má administração durante o período;
Corrupção: tema que é defendido por Bolsonaro, mas pode ser prejudicial ao chefe do Executivo, especialmente depois da prisão do ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro. Além de mudar o slogan, a cúpula que cuida da campanha de Bolsonaro tenta atrair três grupos:
- As mulheres;
- Os Jovens;
- E os eleitores arrependidos.
De acordo com o Datafolha, Bolsonaro tem rejeição entre 61% das eleitoras mulheres. Já quanto aos jovens, a pesquisa mostrou que o presidente não tem uma boa reputação, sobretudo quanto aos que recentemente tiraram seu título de eleitor.
Já quanto aos arrependidos, contou Valdo Cruz, a campanha de Bolsonaro acredita que ele ainda pode recuperar os eleitores que o ajudaram a se eleger em 2018, mas que se arrependeram durante o mandato.
Segundo o jornalista, o trunfo usado pela campanha pode ser a forte polarização contra Lula, candidato que pode ter maior rejeição do que Bolsonaro para boa parte deste grupo de arrependidos.
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