A empresa Evergrande não traz o nome “grande” apenas na grafia. A saber, ela é a segunda maior companhia do mercado imobiliário chinês. Inclusive, foi listada no Global 500, da revista Fortune, que elenca as maiores companhias do mundo em relação às suas receitas.
A Evergrande possui mais de 1,4 milhão de imóveis em construção e assina projetos de construção em 280 cidades. Além disso, possui um time de futebol, um parque de diversões, uma empresa de mídia e uma subsidiária no setor de veículos elétricos. Isso sem contar no enorme estoque de ativos.
Ao que parece, a Evergrande é realmente imensa. Mas todo esse patrimônio não impede o risco de falência da companhia, que já perdeu quase 85% do seu valor de mercado na bolsa de Hong Kong. E a crise só cresce, o que fez os mercados ficarem em polvorosa nesta segunda (20), com bolsas de valores afundando em todos os cantos do planeta.
Entenda como a situação da Evergrande afeta o mundo
Com esse tamanho colossal, a Evergrande possui braços nos mais diversos setores. O risco de calote da companhia fez sua cotação na bolsa afundar 10% apenas hoje. E isso aconteceu, porque são incontáveis os riscos que isso representa não só para a China, mas para o mundo inteiro.
Em resumo, a construção civil responde por cerca de 7% do Produto Interno Bruto (PIB) chinês. Aliás, o setor foi um dos motores de emprego e da recuperação econômica da China nestes últimos meses. Assim, a falência da Evergrande traria um prejuízo enorme ao financiamento de empresas chinesas, o que pode paralisar a atividade em todo o planeta. Nesse caso, os principais parceiros comerciais do país seriam os mais afetados.
Nesse grupo, encontra-se o Brasil, que tem a China como principal parceiro comercial. Em suma, o superávit da balança comercial brasileira com a China corresponde a 70,4% do saldo entre janeiro e maio deste ano. A propósito, a construção civil consome fortemente as commodities, como minério de ferro e aço.
E o Brasil é simplesmente o terceiro maior produtor mundial de minério de ferro. Além disso, o país também é o segundo maior vendedor de minério para a China. Na verdade, o país asiático importa muita commodity do Brasil, ou seja, a falência da Evergrande afetará fortemente a economia brasileira.
Para se ter uma ideia do tamanho da companhia, analistas acreditam que a crise pode se espalhar, afetando todo o sistema chinês de financiamento. Isso faria até mesmo os institutos de pesquisa mundiais revisarem suas projeções para o crescimento econômico mundial neste ano. A saber, a Evergrande é tão enorme que sua queda derrubará diversas outras peças menores em todo o planeta.
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