A Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgou nesta terça-feira (10) dados do seu mais novo levantamento. De acordo com a instituição, 90% dos empresários industriais mostram preocupação em relação à crise hídrica do país. Aliás, esta é a pior crise na região das hidrelétricas dos últimos 91 anos.
A saber, a CNI realizou o levantamento com 572 empresas. Em resumo, os dados revelaram que 83% dos empresários temem o aumento do custo da energia elétrica. Na verdade, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) informou no final de julho que a bandeira vermelha patamar 2 continuará em aplicação em agosto. Isso quer dizer que os brasileiros continuarão pagando mais caro para ter energia em casa.
Além disso, a CNI também informou que 63% dos empresários mostraram preocupação com o risco de racionamento. Enquanto isso, 61% dos entrevistados afirmaram temer instabilidades ou interrupções no fornecimento de energia elétrica. A propósito, 62% dos empresários consideram que racionamento ou restrições de fornecimento de energia provavelmente acontecerão em 2021.
Ao mesmo tempo, 98% dos entrevistados acreditam que os preços da energia ficarão mais caros. Desse montante, 14% acreditam que o aumento será pequeno, ao passo que 37% julgam que a energia terá uma alta moderada. No entanto, a maioria (47%) acha que o reajuste será alto.
Hidrelétricas respondem por 60% da geração de energia no país
Vale destacar que as hidrelétricas representam cerca de 60% da geração de energia elétrica no Brasil. Como a crise atinge a região delas, o racionamento representa um risco real. As hidrelétricas também são as fontes mais baratas de geração de energia do país. Então, como elas não estão gerando energia suficiente, o governo recorre às usinas termelétricas, que são bem mais caras. Por isso que o aumento do custo é citado pela maioria.
“Há uma preocupação clara com o risco de racionamento e do aumento de custo da energia. Isso pode ter impacto na retomada da produção do segmento industrial, em um momento em que a indústria começa a recuperar a sua produtividade”, afirmou o especialista em energia da CNI, Roberto Wagner Pereira.
“Esperamos que as medidas que vêm sendo adotadas pelo governo surtam o efeito esperado, no sentido de minimizar o risco de racionamento e evitar aumento de custo, para que a indústria consiga se recuperar prontamente dos enormes impactos gerados pela pandemia”, acrescentou Pereira.
Segundo a CNI, 22% dos empresários também afirmaram que pretendem mudar o horário de funcionamento de suas empresas. Assim, planejam reduzir o consumo de energia em horário de pico. Contudo, quase dois terços das empresas admitem que essa alteração de horário é difícil ou muito difícil.
Por fim, 52% dos entrevistados admitiram que a crise hídrica reduzirá a competitividade de suas empresas. Em suma, 39% acreditam que essa situação é provável de acontecer, enquanto 13% acham que a perda de competitividade acontecerá com certeza.
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