O YouTube removeu, nesta sexta-feira (5), cinco canais administrados por militares de Mianmar por violarem as diretrizes da empresa. Enquanto isso, manifestantes desafiam a violência crescente das forças de segurança e realizam mais protestos anti-golpe. A crise política no país é tema de uma reunião especial do Conselho de Segurança da ONU.
A decisão do YouTube seguiu o anúncio anterior do Facebook. A plataforma de Mark Zuckerberg removeu todas as páginas vinculadas aos militares de Mianmar, assim como no Instagram, de propriedade da empresa. Além disso, o YouTube informou que procura qualquer outro conteúdo que possa violar suas regras, como conteúdos de uma campanha de influência a favor do golpe.
Violência em protestos em Mianmar
A escalada da violência pelas forças de segurança pressionou a comunidade mundial a agir para conter os militares. Eles tomaram o poder em 1º de fevereiro ao destituir o governo eleito da líder Aung San Suu Kyi.
Grandes protestos contra o regime militar ocorrem diariamente em várias cidades birmanesas. As forças de segurança intensificaram a repressão esta semana com maior uso de força letal e prisões em massa. Pelo menos 18 manifestantes foram mortos a tiros no último domingo (28), e 38 na quarta-feira (3), de acordo com a ONU. Mais de mil pessoas foram presas em Mianmar, conforme uma associação independente de assistência a prisioneiros políticos.
Nesta sexta-feira (5), os protestos continuaram nas maiores cidades do país, Yangon e Mandalay, e foram novamente recebidos com força pela polícia. Tiros foram ouvidos em algumas áreas, de acordo com a mídia internacional.
O chefe dos direitos humanos da ONU disse que é hora de “acabar com o domínio militar sobre a democracia em Mianmar”. Embora muitos abusos sejam cometidos pela polícia, há uma preocupação ainda maior com a implantação de forças militares em cidades de todo o país.