Nesta terça-feira (14) pela manhã, uma tragédia ocorreu na Vila Maria, Zona Norte de São Paulo, quando uma criança de dois anos foi inadvertidamente deixada dentro de uma van escolar.
Somente à tarde, o motorista do veículo descobriu a presença da criança e a conduziu ao Hospital Municipal Vereador José Storopolli, no Parque Novo Mundo, por volta das 16h20, já sem vida.
A tarde foi marcada por altas temperaturas, atingindo uma média de 37,3°C, conforme dados do Centro de Gerenciamento de Emergências Climáticas de São Paulo (CGE).
Além disso, os níveis de umidade relativa do ar estavam em torno de 21%. Então, isso acabou levando a Defesa Civil a declarar estado de alerta na capital. Sendo assim, o condutor chegou à unidade hospitalar com o corpo da criança, relatando que o menino havia sido colocado na van pela manhã para ir à escola, mas não foi entregue no destino.
A seguir, na tarde seguinte, ao perceber a presença da criança no veículo, já sem vida, o motorista a levou ao hospital. Dessa forma, a polícia suspeita que o intenso calor possa ter contribuído para a tragédia.
Os familiares da vítima foram convocados ao hospital para prestar esclarecimentos e receber apoio. Além disso, a auxiliar do motorista também será ouvida em depoimento sobre o incidente, que está sendo investigado no 39º DP. A confirmação das causas da morte dependerá dos laudos periciais.
A Prefeitura de São Paulo emitiu uma nota de pesar, lamentando o ocorrido, e assegurou estar fornecendo suporte aos familiares. A Diretoria Regional de Educação (DRE) está acompanhando o caso, acionando o Núcleo de Apoio e Acompanhamento para a Aprendizagem (NAAPA) para oferecer assistência psicológica à família.
O condutor do Transporte Escolar Gratuito (TEG) foi descredenciado, e um processo administrativo foi instaurado para apurar a conduta do profissional.
Rio de Janeiro registra sensação térmica recorde de 58,5°C na terça-feira (14)
Às 9h15 desta terça-feira (14), o Rio de Janeiro registrou a maior sensação térmica desde 2014, atingindo 58,5 graus Celsius (°C), de acordo com a medição realizada pela estação do serviço municipal de meteorologia Alerta Rio em Guaratiba, na zona oeste da cidade. Na ocasião, os termômetros marcavam 35,5°C.
A onda de calor que afeta vários estados brasileiros já havia levado o Rio de Janeiro a alcançar o dia mais quente do ano no domingo (12), com uma temperatura de 42,5°C, e uma sensação térmica de 52 graus na manhã de segunda-feira (13).
O recorde de calor de hoje representa a leitura mais elevada desde que o Alerta Rio começou a monitorar as temperaturas na cidade. O órgão destaca que as duas outras maiores sensações térmicas deste ano foram 58,3°C, registradas em 17 de fevereiro, e 58°C, em 4 de fevereiro.
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Motivo do calor extremo
O calor intenso, particularmente presente no Sudeste e no Centro-Oeste do Brasil, está previsto para persistir ao longo de toda a semana, e a falta de nuvens no céu amplifica os riscos associados à exposição à radiação solar e à sensação térmica elevada.
Essa onda de calor ocorre em um período do ano em que, usualmente, a estação chuvosa já está estabelecida, e as nuvens desempenham o papel de reguladoras de temperatura. A ausência desse mecanismo de defesa, conforme destacado pela meteorologista Anete Fernandes, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), intensifica os impactos do fenômeno climático.
“Durante o veranico, quando não há chuvas nesta época do ano, a falta de nuvens propicia uma considerável incidência de radiação na superfície, exatamente o que estamos observando agora. Como resultado, as temperaturas experimentam um significativo aumento”, explicou a especialista.
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Quais os perigos do calor extremo?
O calor intenso pode representar vários perigos para a saúde humana e o meio ambiente. Alguns dos principais riscos associados ao calor extremo incluem:
- Insolação e Golpe de Calor. A exposição prolongada a altas temperaturas pode levar a condições graves como insolação e golpe de calor, que são emergências médicas. Essas condições podem causar confusão mental, tonturas, convulsões e, em casos extremos, levar à perda de consciência e danos aos órgãos.
- Desidratação. O calor intenso pode aumentar a taxa de evaporação da água do corpo, levando à desidratação. A falta de líquidos adequados pode resultar em fadiga, fraqueza, tonturas e, em casos graves, insuficiência renal.
- Problemas Respiratórios. O ar quente e seco pode agravar condições respiratórias existentes, como asma, e aumentar o risco de problemas respiratórios.
- Problemas Cardiovasculares. O estresse térmico pode colocar uma carga adicional no sistema cardiovascular, aumentando o risco de complicações em pessoas com problemas cardíacos.
- Impactos na Qualidade do Ar. O calor extremo pode contribuir para a formação de ozônio em níveis prejudiciais à saúde, especialmente em áreas urbanas.
- Efeitos na Agricultura e Ecossistemas. O calor intenso pode prejudicar safras agrícolas, afetar a produção de alimentos e causar danos aos ecossistemas naturais.
- Aumento do Risco de Incêndios Florestais. Em áreas propensas a incêndios florestais, o calor intenso pode aumentar o risco e a intensidade dos incêndios, causando danos à flora, fauna e propriedades.
- Estresse no Sistema de Energia. O aumento da demanda por resfriamento pode sobrecarregar os sistemas de energia, levando a cortes de energia.
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