Randolfe Rodrigues (Rede), senador responsável pela criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19, acionou o Supremo Tribunal Federal (STF) nesta segunda-feira (27) para que a Corte abra um inquérito que tem como objetivo investigar o presidente Jair Bolsonaro (PL) por possíveis crimes na Petrobras.
O pedido acontece depois que o jornal “Metrópoles”, assim como revelou o Brasil123, publicou uma conversa entre o ex-presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, com o ex-chefe do Banco do Brasil Rubem Novaes. Na ocasião, Roberto Castello Branco disse que havia entregado à estatal, depois de ter sido demitido, um celular que continha mensagens que incriminariam Bolsonaro.
“No meu celular corporativo tinha mensagens e áudios que poderiam incriminá-lo. Fiz questão de devolver intacto para a Petrobras”, teria dito o ex-presidente da Petrobras. Conforme o portal “Metrópoles”, a conversa aconteceu porque o ex-presidente do Banco do Brasil criticou Roberto Castello Branco por ele ter supostamente criticado Bolsonaro.
De acordo com o ex-gestor da petrolífera, se ele quisesse realmente atacar o chefe do Executivo, teria feito isso, pois não foi por “falta de oportunidade”. “Se eu quisesse atacar o Bolsonaro não foi e não é por falta de oportunidade. Toda vez que ele produz uma crise, com perdas de bilhões de dólares para seus acionistas, sou insistentemente convidado pela mídia para dar minha opinião”, disse.
De acordo com Randolfe Rodrigues, “se o Presidente da República interfere na gestão de patrimônio público, que é de todos os brasileiros e usado exclusivamente em seu prol, é direito de todos os brasileiros conhecer os fatos”.
Além do pedido do senador, existe outro requerimento, esse proposto pelos senadores Jean Paul Prates (PT) e Jaques Wagner (PT) e pela senadora Zenaide Maia (PROS). Juntos, eles pediram para que o ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, preste informações sobre registros de mensagens trocadas em celulares corporativos e registros audiovisuais de reuniões do Conselho Administrativo da Petrobras.
“Trata-se de mais um indício preocupante de gestão temerária da Petrobras, que começou recentemente a ser investigada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) após o anúncio irregular da renúncia de seu último presidente, José Mauro Coelho, em desacordo às práticas de mercado de valores”, afirmaram os senadores no requerimento.
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