Nesta última terça-feira (11), o tenente-coronel Mauro Cid compareceu à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro para prestar depoimento. Ao todo, 41 parlamentares estavam na lista de inscritos para realizar perguntas ao militar. Contudo, Mauro Cid optou por responder a todas as perguntas, incluindo algumas mais simples, como sua idade.
Dessa forma, a CPMI aprovou uma série de requerimentos de informação. Entre os requerimentos, constam a quebra de sigilo telemático de contatos e mensagens de contas de e-mail dele e todo o pessoal do gabinete da Presidência no governo do ex-presidente da República, Jair Bolsonaro. Para complementar a investigação em relação à Mauro Cid, também foi solicitada a quebra de sigilo de Jean Lawand. Este é apontado como o autor das mensagens de conteúdo golpista encontradas no celular de Mauro Cid em investigação da PF.
Além disso, foram solicitadas as quebras de sigilo do ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal, Silvinei Vasques, e George Washignton. Este último é o empresário condenado por planejar um atentado a bomba no Aeroporto de Brasília. Outras requisições de relatórios de inteligência financeira também foram aprovados pela CPMI.
Presidente da CPMI alertou que o colegiado iria abrir representação contra CID no STF
Assim que sessão da CPMI iniciou, Mauro Cid deixou claro que não iria colaborar com as investigações. Além disso, ele argumentou que o Supremo Tribunal Federal havia concedido um habeas corpus em sua defesa que garantia “direito constitucional ao silêncio”. Confira, abaixo, a declaração do tenente-coronel:
“Considerando a minha inequívoca condição de investigado, por orientação da minha defesa, e com base na ordem do habeas corpus concedido em meu favor pelo Supremo Tribunal Federal, farei uso do meu direito constitucional ao silêncio”
Contudo, o presidente da CPMI, Arthur Maia, alertou que Mauro Cid será denunciado ao Supremo Tribunal Federal por descumprimento da determinação imposta pela ministra Cármen Lúcia. A decisão não obrigava Cid a responder questionamentos que o incriminassem, mas também não impedia dele falar sobre outros assuntos.
Ministério da Defesa entregou relatório de visitas ao tenente-coronel
Durante a sessão, o Ministério da Defesa entregou um relatório com a lista de visitas à Mauro Cid desde sua prisão. Ao todo, foram 73 visitas, segundo a relatora da CPMI, senadora Eliziane Gama (PSD). O militar está preso por suspeita de fraude em cartões de vacina contra covid-19 do ex-presidente Jair Bolsonaro e de sua própria família.
Nesse sentido, além de parentes, políticos e advogados estiveram com Cid o ex-comandante do Exército Júlio César de Arruda, que foi exonerado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O ex-ministro da Saúde de Jair Bolsonaro, Eduardo Pazuello (PL) também esteve com o tenente-coronel, além do ex-secretário de Comunicação e advogado de Bolsonaro, Fabio Wajngarten e o coronel do Exército, Jean Lawand Júnior.