A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre os atos de 08 de Janeiro quer ter acesso ao e-mail da presidência da República que era utilizado por Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O pedido foi feito pela relatora da CPI mista dos atos golpistas, a senadora Eliziane Gama (PSD), que quer votar a quebra de sigilo telemático de Mauro Cid.
Nesta segunda-feira (10), ela pediu que o presidente da CPI, o deputado Arthur Maia (União Brasil), promova uma sessão extra nesta terça (11). De acordo com ela, o objetivo será ouvir o Mauro Cid e, na sequência, fazer uma votação das quebras de sigilo, entre elas, a do próprio ex-ajudante de ordens. Assim como publicou o Brasil123, Mauro Cid conseguiu no Supremo Tribunal Federal (STF) o direito de ficar calado na CPI.
Nesse sentido, segundo informações da jornalista Andreia Sadi, do canal “Globo News”, quebrar o sigilo dele, caso o requerimento seja aprovado, é um caminho para não depender do depoimento e, assim, avançar nas investigações. Conforme a jornalista, a relatora pretende ter acesso às trocas de e-mails institucionais de Mauro Cid, isto é, ela quer saber o teor das mensagens que constam no e-mail que ele usava na Presidência – Eliziane Gama quer ter acesso ao que ele recebeu e escreveu no e-mail da Presidência desde o dia primeiro de janeiro.
Feito o pedido, caberá agora a Arthur Maia, que é quem define as pautas da CPI, colocar ou não a solicitação para ser votada pelos outros integrantes da comissão. Hoje, existem outros requerimentos na CPI também para ter acesso a outras mensagens, as do celular do ex-ajudante de Bolsonaro. Foi exatamente através do celular de Mauro Cid que a Polícia Federal descobriu, por exemplo, inúmeros planos golpistas envolvendo integrantes do Exército.
De acordo com Eliziane Gama, ela quer a quebra de sigilo telemático de Mauro Cid visando rastrear indícios de seu suposto envolvimento nos atos golpistas do dia 08, data que ficou marcada pelas invasões e depredações às sedes dos Três Poderes – STF, Congresso Nacional e Palácio do Planalto. Não suficiente, ela afirma que, a partir da quebra de sigilo, também pretende descobrir se existem transações suspeitas entre Mauro Cid e o irmão Daniel Cid, que atualmente mora nos Estados Unidos. Hoje, Mauro Cid se encontra preso por suspeitas de falsificações em cartões de vacinação contra a Covid-19, incluindo o documento de Bolsonaro e se sua filha mais nova, Laura Bolsonaro.
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