Os atos antidemocráticos do dia de janeiro ainda estão rendendo pendências na Câmara Legislativa. Nesta sexta-feira, dia 28 de abril, a CPI dos Atos Antidemocráticos da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) pediu ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), acesso aos depoimentos do general Gonçalves Dias, ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), e do major José Eduardo Natale.
Vale lembrar que os dois compareceram a sede Polícia Federal nos últimos dias, após a divulgação das imagens das câmeras do Palácio do Planalto durante os atos antidemocráticos. Os ataques resultaram na depredação tanto da sede do Poder Executivo quanto do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal.
Além do depoimento do militar do GSI, Gonçalves Dias também deverá ser ouvido pelos deputados distritais, já que a comissão aprovou requerimento de convocação do militar como testemunha.
Depoimentos do militar na CPI dos atos Antidemocráticos
Nesta semana, em depoimento aos investigadores, o militar do GSI afirmou que na filmagem ele estava retirando extremistas de um andar do Palácio do Planalto, porém não chegou a efetuar prisões, pois no momento o foco era um “gerenciamento de crise”.
Já o major Natale afirmou que deu água aos invasores do Palácio do Planalto em 8 de janeiro para os acalmar.
Além dos depoimentos de Natale e Gonçalves Dias, o colegiado também quer acesso aos depoimentos já prestados no curso das apurações do ex-ministro Anderson Torres, que foi secretário de Segurança do DF; do ex-secretário-executivo da SSP, Fernando Oliveira e de integrantes da Polícia Militar do Distrito Federal.
Também pediu o compartilhamento dos relatórios com análises dos dados de celulares e quebras de interceptações telefônicas do grupo.
Outros depoimentos
Além dos citados acima, a CPI dos atos antidemocráticos também pediu o depoimento de militares de alta patente da Polícia Militar do Distrito Federal.
Nesse sentido, a coronel da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) e subsecretária de Operações da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, Cíntia Queiroz, relatou, em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos, que a pasta tentou três vezes desmontar o acampamento de bolsonaristas no Quartel-General do Exército, no Setor Militar Urbano (SMU).
Além disso, em seu depoimento à CPI, Cíntia disse que o Comando Militar do Planalto (CMP) informou às forças de segurança da secretaria de que haviam restrições para a atuação do governo do DF no acampamento em frente ao QG. Em um desses momentos, a coronel pontuou o que era ou não permitido. “O CMP informava que, as operações que fossem desencadeadas dentro do Setor Militar Urbano (SMU) eram apenas para retirar o comércio irregular de ambulantes.