Neste sábado (18), parlamentares aceitaram a proposta do presidente Jair Bolsonaro no que tange a instalação de uma CPI para averiguar conselheiros e diretores da maior estatal do Brasil, a Petrobras.
Além disso, os parlamentares querem que a comissão também investigue a razão de o governo ter mantido a política de preços do petróleo, que ajudou na disparada dos combustíveis, e o destino de bilhões pagos em dividendos pela empresa.
Segundo Jean Paul, do PT, a CPI da Petrobras interessa muito mais à oposição do que ao próprio governo. Além disso, Jean afirma que a oposição e toda a população brasileira se colocam a favor de assinar uma CPI que investigue também todos os trâmites de 2017 para cá. A razão disso está na paridade do preço do combustível com o mercado internacional, em dólar, o que faz com que o preço aqui fique mais volátil.
Além disso, querem saber para onde foram os dividendos bilionários auferidos no ano passado com a alta do preço internacional do petróleo e os valores escorchantes de combustíveis aplicados aos brasileiros, mas também com a venda de refinarias, de gasodutos e da BR Distribuidora – que justamente fazia um papel regulador no mercado de combustíveis.
Bolsonaro passou a defender a CPI
O então presidente Jair Bolsonaro, passou a defender a CPI logo após o Conselho Administrativo aprovar um novo reajuste no preço dos combustíveis. A estatal anunciou um aumento de 5,2% na gasolina e 14,2% no diesel ainda na sexta-feira, último dia 18 de junho.
Bolsonaro disse, ainda na sexta-feira, que “a Petrobras pode mergulhar o Brasil num caos”, citando que a direção da empresa sabe “o que aconteceu com a greve dos caminhoneiros em 2018, e as consequências nefastas para a economia do Brasil e a vida do nosso povo”.
Apesar de toda raiva do presidente e seus aliados, não houve nenhuma movimentação do governo nesse sentido para rediscutir a política que vincula o preço dos derivados de petróleo no Brasil ao mercado internacional, em dólar. Isso agradou os acionistas, mas causou um impacto na inflação.
O aumento no diesel, na gasolina e no gás de cozinha tem sido o principal pesadelo de Jair Bolsonaro, junto com a alta no preço dos alimentos. Ele é o principal responsável pela inflação de dois dígitos, segundo levantamentos dos institutos de pesquisa. A percepção vem corroendo sua intenção de voto e fazendo com que o povo mais pobre sinta saudades da época em que Lula era presidente.