O calendário da CPI para a 11ª semana de funcionamento já está definido. Esse planejamento tem por objetivo descobrir se as empresas intermediadoras no processo das compras fraudadas são parte de um esquema bilionário de propina.
Confira:
Terça-feira (13/07)
Emanuele Medrades, representante da Precisa Medicamentos, que assina o contrato da Covaxin.
William Santana, consultor da divisão de importação do Ministério da Saúde, disse nessa sexta-feira (09), disse que Medrades pediu a abertura da licença de importação em 16 de março, em um e-mail apenas com o contrato firmado com a União, sem nenhuma invoice (nota fiscal).
Quarta-feira (14/07)
Amilton Gomes de Paula, reverendo batista que preside a ONG Senah (Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários). O reverendo, como intermediário da Davati, teria apresentado Luiz Dominguetti aos representantes do governo federal que trataram da compra de vacinas.
Quinta-feira (15/07)
Marcelo Blanco, tenente-coronel e ex-assessor do Delog (diretor substituto), citado por Luiz Dominguetti como a pessoa que fez a ponte entre ele e Roberto Ferreira Dias.
Além do calendário da CPI
Fora esses depoimentos públicos, os Senadores vão discutir e prorrogação da Comissão por mais 90 dias. “É importante que seja lido antes do recesso”, destacou o vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), autor do requerimento.
Embora seja uma demanda urgente para os senadores, a prorrogação não conta com a mesma vontade política por parte do responsável por pautá-lo em Plenário. O pedido tem mais de um terço das assinaturas dos senadores, condição para receber uma avaliação.
A CPI está investigando a oferta de 400 milhões de doses da AstraZeneca. A proposta partiu da Davati Medical Supply, embora a empresa não apresente nenhuma comprovação de ser representante da farmacêutica. Agora, o reverendo Amilton Gomes de Paula, apontado como intermediador entre a Davati e o ministério, deverá explicar a acusação de Luiz Dominghetti, representante comercial que relatou pedido de propina de US$ 1 por dose de vacina.
Ricardo Barros e Bolsonaro
Além de aprofundar a investigação sobre a compra das vacinas, eles também pretendem avaliar o melhor momento de convocar Ricardo Barros. Ele está sendo cotado para a comissão desde que o deputado Luis Claudio Miranda (DEM-DF) e o irmão, o servidor do Ministério da Saúde Luis Ricardo Miranda, apresentaram indícios de fraude na compra da vacina Covaxin.
Barros também está pedindo sua chance de explicar o ocorrido; porém, os senadores pretendem ouvir outras versões da história antes de dar a palavra para o deputado, que deverá depôr no dia 20. Vale observar que a data é estratégica, visto que coincide com o recesso e, portanto, inviabiliza a realização da sessão. “Ele será ouvido no momento oportuno das investigações”, esclareceu Randolfe.
Parte dessa estratégia é para pressionar Bolsonaro a dar algum esclarecimento sobre as denúncias. Se for verdadeiro o áudio que confirmaria a versão de Miranda de que Bolsonaro atribuiu a Barros a articulação do esquema, ficaria provado que Bolsonaro se omitiu ante um esquema criminoso.