A Controladoria-Geral da União (CGU) decidiu nesta segunda-feira (13) pela retirada do sigilo do cartão de vacina do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Segundo informações divulgadas pelo jornal “Folha de São Paulo”, esses dados, todavia, só poderão ser fornecidos pelo Ministério da Saúde após a conclusão de uma investigação sobre uma eventual fraude feita no cartão de vacina do ex-presidente – hoje, a CGU apura se o sistema do ministério foi invadido por alguém que pode ter inserido dados falsos.
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Assim como publicou o Brasil123, logo nos primeiros meses da vacinação contra a Covid-19, o ex-presidente decretou um sigilo de 100 anos sobre o seu próprio cartão e também sobre qualquer informação referente às doses de vacinas que ele possa ter eventualmente recebido.
Na ocasião, Bolsonaro, que sempre se demonstrou contra a vacinação, afirmou que o sigilo sobre o seu cartão e informações sobre eventuais doses recebidas foi determinado com foco em preservar uma informação que era privada do ex-presidente.
Por conta desse e de outros sigilos impostos durante a gestão Bolsonaro, assim que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assumiu o cargo de presidente, cumpriu uma promessa de campanha e, assim, determinou que a CGU analisasse todos os sigilos impostos pelo governo Bolsonaro durante os quatro anos do ex-chefe do Executivo à frente do Palácio do Planalto – a medida do petista foi com foco em determinar que aqueles sigilos em desacordo com a legislação fossem derrubados – foi exatamente isso o que aconteceu com o cartão vacinal.
Desde o início, Bolsonaro tem afirmado que jamais se vacinou contra a Covid-19. Todavia, no mês passado, assim como também publicou o Brasil123, o jornal “O Estado de S. Paulo” afirmou que foi instaurada uma investigação com o objetivo de apurar se o cartão do ex-presidente, no sistema do Ministério da Saúde, foi fraudado, pois, no documento, consta que o ex-chefe do Executivo havia tomado uma dose da vacina contra a Covid, em 2021.
Após a revelação, a CGU divulgou um comunicado informando que, de fato, a suposta dose consta mesmo no cartão de Bolsonaro. No entanto, órgão ressaltou que ainda não é possível saber se o registro é verdadeiro. De acordo com o órgão, essa decisão de retirar o sigilo acontece porque o status vacinal de Bolsonaro é de interesse público, pois as declarações dele a respeito do tema basearam “a política pública de imunização do Estado brasileiro durante a crise sanitária”.
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