Henrique Meirelles, ex-ministro da Fazenda e cotado para ser o ministro da Economia no governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), defendeu nesta sexta-feira (04) que a gestão do petista fure o teto de gastos em 2023 através de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da transição para poder cumprir a promessa do Auxílio Brasil de R$ 600.
Governo Lula garante pagamento do Auxílio Brasil
A declaração aconteceu durante uma entrevista dele ao portal “UOL”. Na ocasião, o economista disse que não existe outra alternativa a não ser furar o teto de gastos. No entanto, ele salientou que a medida deve ser tratada como uma “excepcionalidade” durante a gestão de Lula, visto que será necessário cumprir os compromissos de campanha firmados por Lula.
“Há uma série de despesas que são necessárias como o Auxílio Brasil de R$ 600 e o auxílio por criança adicional, além de outras coisas, como a recuperação da capacidade de investimento”, afirmou. Em outro momento, ele ressaltou ser importante mencionar que existem despesas que podem ser cortadas.
Segundo ele, “é este o ponto importante”. Nesse sentido, Henrique Meirelles relata que entre as despesas que podem ser cortadas estão, por exemplo, investimentos direcionados para um projeto de trem-bala no Brasil. “Foi criado lá atrás o trem-bala e existe a despesa criada pela empresa para construir”, começou.
“O trem-bala já é um projeto abandonado há muitos anos. […] Vi uma lista com 30 ou 40 empresas e muitas com despesas razoáveis, então só fechando essas empresas que perderam a finalidade já abre um espaço grande dentro do teto”, disse ele, que era filiado ao PSDB e anunciou apoio a Lula durante o segundo turno da disputa do petista com o presidente Jair Bolsonaro (PL).
Teto de gastos
O chamado teto de gastos foi criado em 2016 durante a gestão do governo do presidente Michel Temer (MDB). Por lei, o governo só pode gastar um valor igual ao dispendido com o orçamento do ano da entrada em vigor a lei – esse valor é corrigido apenas pela inflação. A regra entrou em vigor em 2017 e tem duração de 20 anos.
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