Daniela Carneiro, ministra do Turismo, que é cotada para sair da pasta por conta de pressões vindas de seu partido, o União Brasil, que quer indicar outro nome para comandar o ministério, afirmou nesta quarta-feira (14) que está “firme”, mesmo com as pressões vinhas da legenda que ela está filiada, mas já deixou claro que quer sair.
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“Essa questão de achismo é algo complicado, mas eu estou aqui firme. Eu estou como ministra, atuando para a gente fortalecer o turismo no Brasil”, afirmou ela nesta quarta enquanto chegava para ser ouvida na Comissão do Turismo do Senado. Ontem, ela já havia participado de evento semelhante na Câmara dos Deputados.
Nesta quarta, ela ainda comentou sobre o fato de o ministro Alexandre Padilha, das Relações Institucionais, ter ido a um jantar do União para negociar a mudança na pasta. De acordo com ela, na realidade, o encontro tinha como foco apenas falar de seu trabalho à frente da pasta. A afirmação é diferente da revelada pela imprensa, que informou que o ministro foi, de fato, avisar que ela saíra mesmo da pasta. Isso, todavia, não tem data para acontecer.
“Saída honrosa” de Daniela Carneiro
Na terça, de acordo com as informações, o presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em uma reunião de emergência com Daniela Carneiro, combinou que a ministra fará um levantamento das suas ações à frente do Turismo antes de deixar o cargo, o que seria uma forma da ministra apresentar uma “saída honrosa” da pasta.
A ideia, nesse sentido, é que o governo e também a Secretaria de Comunicação Social (Secom) destaquem os avanços da pasta na gestão da parlamentar, reforçando, desta forma, que a troca se trata apenas de uma questão de ajuste político. Daniela Carneiro deve ser substituída por Celso Sabino, endossado pelo centrão.
O pedido pelo cargo de Daniela Carneiro foi feito pelo próprio União Brasil, justamente pelo fato de a ministra ter anunciado que vai deixar a legenda para se filiar ao Republicanos. Hoje, o União Brasil tem sido uma “pedra” sapato do governo Lula, pois o partido não quis garantir apoio total no Congresso às pautas governistas. Dos 59 deputados, há cerca de 20 já definidos como oposição. A decisão de manter o partido como independente à gestão petista dá a prerrogativa de haver dissidências das bancadas na Câmara e no Senado.
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