Mauro Campbell, ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), enviou nesta terça-feira (08) uma solicitação para que o Supremo Tribunal Federal (STF) compartilhe com a Corte as provas colhidas durante o inquérito que apura o vazamento de dados sigilosos feitos pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) durante uma live em que ele mais uma vez tentava colocar em dúvida a segurança das urnas eletrônicas.
De acordo com informações do jornal “Folha de S.Paulo”, essa solicitação foi enviada para Alexandre de Moraes, que é relator do caso no STF – Mauro Campbell, corregedor do TSE, está à frente do inquérito administrativo aberto na Corte Eleitoral que apura os ataques de Bolsonaro ao sistema eleitoral e quer incluir o material nas investigações.
Bolsonaro foi investigado por ter vazado documentos sigilosos da Polícia Federal (PF) em suas redes sociais para conseguir minar a credibilidade da votação eletrônica. Isso, no momento em que ele ainda fazia, abertamente, uma campanha árdua em prol da volta do voto impresso.
Bolsonaro cometeu crime
O inquérito quisto pelo corregedor do TSE foi comandado pela delegada Denisse Ribeiro. De acordo com ela, em manifestação enviada ao STF, as investigações mostraram que Bolsonaro cometeu crime, pois vazou os documentos de forma consciente e premeditada.
Além dele, o deputado federal Filipe Barros (PSL) também foi alvo da investigação e teria, assim como o chefe do Executivo, cometido crime. Apesar disso, a PF não indiciou nenhum dos dois, pois eles têm foro privilegiado e um eventual indiciamento caberia ao procurador-geral da república Augusto Aras.
No mês passado, após o ministro Alexandre de Moraes pedir para Augusto Aras se pronunciar, o procurador-geral opinou sobre o arquivamento da investigação aberta contra o presidente. Isso porque, para ele, ainda que fosse tratado sigilosamente pelos delegados da instituição, o inquérito não era protegido por uma decisão judicial que decretasse expressamente o sigilo do procedimento.
Além disso, para Augusto Aras, sem uma decisão judicial que decretasse o sigilo dos documentos, não seria possível acusar o presidente ou o deputado de terem vazado esses dados de forma criminosa na transmissão ao vivo que os dois fizeram nas redes sociais de Bolsonaro, em agosto de 2021.
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