A Coreia do Norte manteve e desenvolveu programas de mísseis nucleares e balísticos ao longo de 2020, o que viola as sanções internacionais. De acordo com um relatório da Organização das Nações Unidas, as atividades foram financiadas com cerca de 300 milhões de dólares roubados por meio de hackers cibernéticos.
O relatório aponta que o país “produziu material físsil, manteve instalações nucleares e atualizou a infraestrutura de mísseis balísticos”, enquanto continuava a buscar material e tecnologia para esses programas no exterior.
Um porta-voz do governo dos Estados Unidos disse na segunda-feira (8) que o presidente Joe Biden planeja uma nova abordagem para a Coreia do Norte. O líder americano quer uma revisão completa com aliados “sobre as opções de pressão em curso e o potencial para qualquer diplomacia futura”.
O antecessor dele, Donald Trump, havia se gabado da capacidade de trabalhar com o líder norte-coreano Kim Jong Un. Os dois se encontraram três vezes em 2018 e 2019. Contudo, a reunião de cúpula não conseguiu um avanço, pois as negociações fracassaram. Os EUA pediram para Pyongyang tirar as armas nucleares, enquanto a Coreia do Norte fez exigências para o fim das sanções.
No ano passado, a Coreia do Norte exibiu novos sistemas de mísseis balísticos intercontinentais e de curto e médio alcance, indicou o relatório da ONU. No mês passado, o país revelou o que disse ser “a arma mais poderosa do mundo” em um desfile militar. O evento ocorreu na capital Pyongyang para marcar o 8º congresso do partido no poder.
ONU e os ensaios nucleares da Coreia do Norte
A Coreia do Norte está sujeita a sanções da ONU desde 2006. As medidas foram reforçadas pelo Conselho de Segurança de 15 Estados-membros em uma tentativa de cortar o financiamento dos programas nucleares e de mísseis balísticos de Pyongyang. Os relatórios dos monitores são para ajudar a garantir a conformidade.
Para a ONU, os hackers vinculados à Coreia do Norte “continuaram a conduzir operações contra instituições financeiras e casas de câmbio virtuais para gerar receita” em 2020. O montante é usado para apoiar os programas nucleares e de mísseis. Conforme o relatório, o roubo total de ativos virtuais da Coreia do Norte, de 2019 a novembro de 2020, está avaliado em aproximadamente 316,4 milhões de dólares.