Integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) estão usando uma técnica diferente para matar seus rivais nas penitenciárias de São Paulo. De acordo com uma matéria do portal “UOL”, desafetos da organização estão indo a óbito depois de consumirem o temido “coquetel da morte”.
De acordo com o portal, o “coquetel da morte” é mais conhecido nas cadeias paulistas como “gatorade”, e é feito a partir de uma mistura de cocaína, viagra e água e, quando ingerido, causa overdose.
Ainda conforme a reportagem, essa fórmula fatal não é novidade e foi criada nos anos 2000 para matar os inimigos, mas voltou à tona nos últimos meses. Nesse sentido, uma das vítimas da bebida pode ter sido o preso Juliano da Silva Soares, de 36 anos.
O homem estava preso na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, no interior de São Paulo, até que, no último dia 26 de outubro, passou mal e precisou ser submetido a procedimento de urgência e transferido para a Santa Casa da cidade. No entanto, mesmo com o socorro, ele acabou não resistindo e morreu um dia depois.
Ao investigar a morte do detento, agentes encontraram, dentro do banheiro da cela que era ocupado pela vítima e outras quatro pessoas: 5,14 g de cocaína, 8,11 g de maconha, 14 comprimidos de cor azul, 20 de cor branca e quatro de cor verde – esses medicamentos aparentam ser, segundo as informações do portal, estimulantes sexuais.
“Coquetel da morte”: uma mistura fatal
De acordo com as informações, a técnica do PCC surgiu em 2003, quando o grupo trocou as facas afiadas feitas com ferros na prisão e o “kit forca”, composto por um banquinho e lençol para usar em enforcamentos, pelo “coquete da morte”.
Conforme o “UOL”, a criação teve como foco evitar a responsabilização criminal dos assassinos, pois, com a bebida, os exames apontam como “indeterminada” a causa da morte.
Sem conclusão, diz SAP
Em nota, a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) disse não é possível concluir a causa da morte de Soares porque o laudo de exame necroscópico ainda não foi emitido pela Polícia Científica.
A nota diz também que a política da SAP é de não tolerância à entrada de ilícitos, inclusive entorpecentes em suas unidades prisionais, equipadas com aparelhos de scanner corporal, raios-x e detectores de metais, atrelados à vigilância constante dos agentes de segurança treinados, além de revistas periódicas nos presídios.
Por fim, a pasta revelou que, de janeiro de 2021 até hoje foram realizadas 24 interceptações e apreensões na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, todas com visitantes dos sentenciados.
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