O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) se reunirá nesta semana para definir os novos caminhos da política monetária do Brasil. O encontro de dois dias terá início nesta terça-feira (2) e se encerrará no dia seguinte, com o comitê definindo a taxa básica de juros do país, a Selic.
A expectativa de analistas é que haja uma elevação de 0,5 ponto percentual (p.p.) da taxa. Caso a previsão se confirme, a Selic avançará para 13,75% ao ano, maior patamar desde 2016, quando os juros do país estavam em 14,00% ao ano.
O avanço será o 12º consecutivo, mostrando que o BC vem apertando a política monetária nos últimos tempos. No entanto, vale destacar que a alta de 0,5 p.p. será a mesma de junho, quando o BC também elevou os juros em 0,5 p.p. E esses avanços são os menores desde junho do ano passado, quando o BC elevou a Selic em 0,75 p.p.
Após essa elevação em meados do ano passado, houve outros sete aumentos, de 1,0 e 1,5 p.p. Contudo, os últimos avanços se mostram menos intensos devido à desaceleração da inflação no país.
Em resumo, a taxa inflacionária acelerou no mês passado e chegou a 11,89% a ritmo anual. Embora ainda esteja muito elevada, as projeções para os próximos meses são de forte desaceleração, refletindo as ações do governo, como redução dos impostos e liberação de benefícios sociais mais robustos.
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Entenda a Selic
A saber, o principal objetivo do Copom ao elevar a Selic é segurar a inflação do país. Em suma, uma Selic mais alta puxa consigo os juros praticados no país, reduzindo o poder de compra do consumidor. Como consequência, desaquece a economia do país, limitando o avanço da chamada “inflação por demanda”.
Quando a Selic sobe, encarece o crédito, reduzindo a busca das pessoas por empréstimos. Dessa forma, o consumo tende a diminuir, uma vez que a população tem menos dinheiro em mãos. Como a demanda diminui, os preços também tendem a cair, ou seja, a inflação desacelera, mas isso só acontece com o tempo, por isso que a Selic precisou ser elevada por tantos meses.
Por fim, economistas afirmam que a alta da Selic é um “remédio” amargo, mas necessário para o país. O problema é que as pessoas já estão pagando mais caros pelos bens e serviços, uma vez que os preços não param de subir. E, com os juros mais altos, a renda fica ainda mais corroída.
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